quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Taylorismo


Taylorismo é uma concepção de produção, baseada em um método científico de organização do trabalho, desenvolvida pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor (1856-1915). Em 1911, Taylor publicou “Os princípios da administração”, obra na qual expôs seu método.
A partir dessa concepção, o Taylorismo, o trabalho industrial foi fragmentado, pois cada trabalhador passou a exercer uma atividade específica no sistema industrial. A organização foi hierarquizada e sistematizada, e o tempo de produção passou a ser cronometrado.

Algumas caracteristicas do Taylorismo:

- Racionalização da produção.
- Economia de mão-de-obra.
- Aumento da produtividade no trabalho.
- Corte de “gestos desnecessários de energia” e de “comportamentos supérfluos” por parte do trabalhador.
- Acabar com qualquer desperdício de tempo.

Desde então, e cada vez mais, tempo é uma mercadoria, e o trabalhador, que ”vende” sua mão-de-obra, portanto, seu tempo, tem a incumbência de cumprir com suas tarefas no menor tempo possível, para que possa produzir mais e mais.

Como pode ser observado no filme clássico “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, o trabalhador passa a efetuar movimentos repetitivos e bem elementares, com o ritmo imposto pelas máquinas, e por quem as comandava. Seus supervisores diretos cronometravam seus movimentos e observavam quais os trabalhadores otimizavam o próprio tempo, e portanto a produção.
Prêmios eram dados aos trabalhadores com melhor tempo/desempenho. Essa competição promovida pelos gerentes fez com que a velocidade da produção aumentasse cada vez mais.

Taylor entendia que a hierarquização evitava a desordem predominante do tempo no qual a organização ficava por conta dos trabalhadores. Separou, dessa forma, o trabalho manual do trabalho intelectual, dividindo os funcionários entre aqueles que eram pagos para pensar de modo complexo (planejar), e aqueles que eram pagos, e mal pagos, para executar.

Dessa forma, da mão-de-obra operária, naquela época, não eram exigida a escolarização. O trabalho sistemático fazia dos trabalhadores peças descartáveis, pois peças de reposição não faltavam. Nesse sentido, era grande a economia na folha de pagamento das indústrias, pois a maioria dos trabalhadores era sem qualificação.

À direção, ou aos gerentes, cabia controlar, dirigir e vigiar os trabalhadores, impedindo inclusive qualquer conversa entre os mesmos. Aos trabalhadores só restava obedecer e produzir incessantemente.


Priscieli Berta
Fordismo

O fordismo constitui o sistema de produção associado à figura do seu inspirador, o fabricante de automóveis norte-americano Henri Ford, que, na década de 1920, pôs em prática os princípios de racionalização do trabalho emanados do taylorismo e lhes associou o trabalho em sequência contínua ou trabalho em cadeia. O fordismo pode ser descrito por um sistema de racionalização do trabalho que assenta no princípio básico do ritmo máximo de produção da empresa. O móvel para a constituição de uma organização empresarial assente na distribuição do trabalho em cadeia começou por ser, fundamentalmente, de natureza financeira: os vultuosos investimentos na aquisição de matérias-primas e os custos de mão-de-obra, para um mercado em franco crescimento, conduziram à concretização da ideia de produção em movimento, sem paragens. A velocidade de realização dos homens passa a ser condicionada pela velocidade de andamento das fases do processo impostas pelas máquinas, o que veio introduzir um novo problema em termos de interacção Homem/máquina - todos os operários que não conseguissem acompanhar o ritmo a que avançava cada tarefa mecanizada tinham de ser substituídos no processo produtivo. O fordismo teve como consequências, diríamos positivas, a racionalização das tarefas e o aumento do controlo da qualidade dos produtos, o aumento da produtividade, o surgimento de um novo conceito de fábrica, espaço mais amplo capaz de permitir a linha de montagem onde se opera o trabalho em cadeia; e, ao mesmo tempo, consequências, diríamos negativas, a interdependência entre tarefas que, na circunstância de uma falhar, faziam depender toda a produção final e o facto de ter maximizado a produção humana como produção mecanizada, isto é, de ter feito dos operários "objectos" de produção capazes de repetirem incessantemente e, por suposição, sempre ao mesmo ritmo e bem, enfadonhas tarefas meramente mecanizadas.



Priscieli Berta
Após o desenvolvimento do Fordismo nos Estados Unidos, na primeira metade do século XX, o Japão se encontrou em um cenário totalmente desfavorável à implementação desse sistema de produção. O Fordismo tinha como característica principal, a produção em massa, sendo necessários enormes investimentos e uma grande quantidade de mão-de-obra.

Ora, o Japão tinha um pequeno mercado consumidor. Além disso, o país não possui uma grande quantidade de matérias-prima, inviabilizando assim, o princípio fordista da produção em massa.

Elaborado por Taiichi Ohno, o toyotismo surgiu nas fábricas da montadora de automóvel Toyota, após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, esse modo de produção só se consolidou como uma filosofia orgânica na década de 70. O toyotismo possuía princípios que funcionavam muito bem no cenário japonês, que era muito diferente do americano e do europeu.

O toyotismo tinha como elemento principal, a flexibilização da produção. Ao contrário do modelo fordista, que produzia muito e estocava essa produção, no toyotismo só se produzia o necessário, reduzindo ao máximo os estoques. Essa flexibilização tinha como objetivo a produção de um bem exatamente no momento em que ele fosse demandado, no chamado Just in Time. Dessa forma, ao trabalhar com pequenos lotes, pretende-se que a qualidade dos produtos seja a máxima possível. Essa é outra característica do modelo japonês: a Qualidade Total.

A crise do petróleo fez com que as organizações que aderiram ao toyotismo tivessem vantagem significativa, pois esse modelo consumia menos energia e matéria-prima, ao contrário do modelo fordista. Assim, através desse modelo de produção, as empresas toyotistas conquistaram grande espaço no cenário mundial.




JUST IN TIME
INTRODUÇÃO

O Just-in-time é uma proposta de reorganização do ambiente produtivo assentada no entendimento de que a eliminação de desperdícios visa o melhoramento contínuo dos processos de produção, é a base para a melhoria da posição competitiva de uma empresa, em particular no que se referem os fatores com a velocidade, a qualidade e o preço dos produtos.

O JIT é as iniciais de Just-In-Time/Total Quality Control, um método para gestão da produção. Como se pode perceber pela designação o controla da produção é feito enquanto o bem é produzido, e não no fim. Inclusivamente, o controlo é feito pelos próprios operários, como veremos mais adiante.

Como se sabe o Japão é pequeno, muito populado e pobre em recursos. É por isso que o princípio base do JIT é evitar enormes armazéns de stocks e de peças defeituosas, poupando espaço e, ao mesmo tempo, todo um conjunto de recursos que têm que ser disponibilizados para manter esses armazéns.

COMO SURGIU.

O Just in Time surgiu no Japão, no princípio dos anos 50, sendo o seu desenvolvimento creditado à Toyota Motor Company, a qual procurava um sistema de gestão que pudesse coordenar a produção com a procura específica de diferentes modelos de veículos com o mínimo atraso.
Quando a Toyota decidiu entrar em pleno fabrico de carros, depois da Segunda Guerra Mundial, com pouca variedade de modelos de veículos, era necessária bastante flexibilidade para fabricar pequenos lotes com níveis de qualidade comparáveis aos conseguidos pelos fabricantes norte-americanos. Esta filosofia de produzir apenas o que o mercado solicitava passou a ser adaptada pelos restantes fabricantes japoneses e, a partir dos anos 70, os veículos por eles produzidos assumiram uma posição bastante competitiva.

Desta forma, o Just in Time tornou-se muito mais que uma técnica de gestão da produção, sendo considerado como uma completa filosofia a qual inclui aspectos de gestão de materiais, gestão da qualidade, organização física dos meios produtivos, engenharia de produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos. O sistema característico do Just in Time de "puxar" a produção a partir da procura, produzindo em cada momento somente os produtos necessários, nas quantidades necessárias e no momento necessário, ficou conhecido como o método Kanban. Este nome é dado aos "cartões" utilizados para autorizar a produção e a movimentação de materiais, ao longo do processo produtivo.

Embora se pense que o sucesso do sistema de gestão Just in Time seja intrínseco às características culturais do povo japonês, cada vez mais empresas americanas e européias se têm convencido que esta filosofia é composta de práticas que podem ser aplicadas em qualquer parte do mundo.

Para a filosofia Just in Time, em cada etapa do processo produzem-se somente os produtos necessários para a fase posterior, na quantidade e no momento exato.

Isto não significa transferir os stocks do consumidor para o fornecedor ou do posto de trabalho a jusante para o posto de trabalho a montante. A sua meta final é a eliminação total dos stocks, ao mesmo tempo em que se atinge um nível de qualidade superior.

Tradicionalmente os stocks são considerados úteis por protegerem o sistema produtivo de perturbações que podem ocasionar a interrupção dos fluxos de produção (rupturas de produtos). Se o conceito Just in Time for aplicado em todas as etapas do processo produtivo, não deverão existir stocks nem espaços de armazenagem, eliminando-se os custos de armazenamento e inventário. Serão de esperar, também, ganhos de produtividade, aumento da qualidade e maior capacidade de adaptação a novas condições.

O QUE É O JIT .

Apesar de, segundo o JIT, se produzir uma pequena gama de produtos o crescimento alimenta a variedade. Uma empresa enriquece a produzir um determinado produto, mas depois pode montar outra fábrica e produzir outro produto. E então o sistema de lotes perde a vantagem da variedade.

O conceito do JIT é bastante simples: produzir e entregar os produtos mesmo a tempo (just in time) de serem vendidos. Peças mesmo a tempo de serem montadas e materiais mesmo a tempo de serem transformados em peças. A idéia dos japoneses é produzir pequenas quantidades para corresponder à procura, enquanto que os ocidentais produzem grandes quantidades de produtos vários para o caso de virem a ser necessários.

Um dos grandes problemas em gerir uma produção está em encontrar o equilíbrio entre os custos de transporte de grandes quantidades de material e os custos de preparação das máquinas. Custos de transporte estes, que englobam o custo de armazenamento e de manutenção desse material. A contabilidade quer baixar os custos de transporte transportando menos quantidades mais vezes, e a produção querem baixar os custos de preparação e evitar paragens na produção produzindo durante muito tempo sem parar. Existe um ponto economicamente carreto, sem ser demasiado alto para os custos de transporte e nem demasiado baixo para que a produção não tenha que parar muitas vezes. Este é designado por "quantidade econômica a encomendar" (Economic Order Quantity - EOQ).

Uma das maneiras de se reduzir o EOQ é baixar os tempos de preparação das máquinas, transformá-las, ou mesmo produzir as suas próprias máquinas.

Pode parecer estranho, mas vejamos um exemplo: em 1971 a Toyota iniciou uma cruzada para baixar os tempos de preparação. Nessa altura demorava 1 hora para preparar uma prensa de 800 toneladas que era usada para moldar capôs e pára-choques. Após 5 anos de trabalho intensivo, esse tempo foi reduzido para 12 minutos, enquanto que na mesma altura um concorrente americano necessitava de 6 horas para o mesmo trabalho. No entanto, a Toyota não parou por aqui! Eles queriam atingir um tempo mais baixo, menos do que 10 minutos, e conseguiram atingir tempos de menos de 1 minuto! Será possível? Conseguir preparar máquinas gigantes em menos de 10 minutos, em segundos? Tanto é que a Toyota o fez, e hoje em dia outros o fazem. No caso das prensas de 800 toneladas tratou-se "somente" de alterar a máquina de forma a que uma peça feita deslizasse por um dos lados, ao mesmo tempo em que do outro lado entrava a nova chapa a ser moldada.

No Japão até os pequenos fabricantes chegam a produzir as suas próprias máquinas. No entanto, no ocidente isso não acontece assim, é sabido que não se deve mexer nas máquinas, principalmente porque estas são produzidas por grandes companhias com provas dadas de qualidade. Mas essas máquinas têm normalmente um caráter genérico e, assim, os tempos de preparação são considerados um dado adquirido e não há nada a fazer em relação a isso.

QUAIS OS OBJETIVOS.

Just in Time - JIT consiste em entrega de produtos e serviços, na hora certa para o uso imediato, tendo como objetivo principal a busca contínua pela melhoria do processo produtivo, que é obtida e desenvolvida através da redução dos estoques. Este sistema permite a continuidade do processo, mesmo quando há problemas nos estágios anteriores a sua produção final.

Just in Time, que significa “no tempo justo”, exige do administrador o abastecimento ou desabastecimento da produção no tempo certo, no lugar certo e na quantidade certa, visando capacitar à empresa a produzir somente o necessário ao atendimento da demanda, com qualidade assegurada.

O objetivo do JIT é promover a otimização de todo o sistema de manufatura, desenvolvendo políticas, procedimentos e atitudes requeridos para ser um fabricante responsável e competitivo. Para que isso ocorra da melhor forma possível, é necessário atingir algumas metas, tais como: projetar a otimização dos processos, interagirem bem com o cliente, obter relações de confiabilidade com fornecedores e clientes, adotar compromisso de melhoria contínua. Estas metas que juntas resultarão no objetivo final.

O Just in Time tem também como objetivo principal a busca contínua pela melhoria do processo produtivo, que é alcançada e trabalhada através da redução dos estoques. Estes permitem a continuidade do processo produtivo mesmo quando há problemas nos estágios de produção. Ao se reduzir o estoque, os problemas que antes não afetavam a produção, torna-se agora visíveis, podendo, assim serem eliminados, permitindo um fluxo mais suave da produção.

ASPECTOS DE DIFERENCIAÇÃO COM A ABORDAGEM TRADICIONAL DA ADMINISTRAÇÃO.

A implementação do sistema JIT requer um enfoque sistêmico, no qual uma série de aspectos da empresa tem que ser modificada. Não é apenas uma questão da aplicação de uma técnica específica, mas, antes de mais nada, mudanças em vários campos, alguns dos quais são pré-requisitos para implantação da filosofia JIT. Entre estes aspectos podemos citar.

Comprometimento da alta administração: o sucesso da implantação do JIT não pode ser obtido sem nenhuma implantação clara da crença da alta administração n o sistema JIT. Mudanças de atitude em toda a empresa são necessárias para integração das diversas áreas, desenvolvendo uma mentalidade global voltada para a resolução de problemas. Programas de treinamento neste sentido devem ser suportados pela alta administração. Os procedimentos para autorização de investimentos de capital para aprimoramento dos processos devem ser claramente estabelecidos e simplificados.

Medidas de avaliação de desempenho: a forma de avaliar o desempenho dos diversos setores deve ser modificada para ser clara, objetiva e voltada a incentivar o comportamento de todos os funcionários de forma coerente com os critérios competitivos da empresa e com os princípios da filosofia JIT. Em particular, medidas de desempenho exclusivamente relacionadas a taxas de utilização de equipamentos e volume de produção são contra-recomendadas.

Estrutura organizacional: a estrutura organizacional de ser modificada para reduzir a quantidade de departamentos especialistas de apoio, os quais costumam ser responsáveis por aspectos que, segundo a filosofia JIT, passam a ser de responsabilidade da própria produção. Entre eles, a qualidade, a manutenção (ao menos parte da manutenção preventiva), o balanceamento das linhas e o aprimoramento dos processos.

Organização do trabalho: a organização do trabalho deve favorecer e enfatizar a flexibilidade dos trabalhadores, a comunicação fácil entre os setores produtivos e o trabalho em equipe.

Conhecimento dos processos: a compilação de fluxogramas de materiais e de informação para todas as atividades, seja na área de manufatura, seja de projeto, seja de escritório, seguido da eliminação metódica das atividades que geram desperdícios ou apenas não agregam valor, é pré-requisito importante. Em particular, a aplicação desses procedimentos nos processos de preparação de equipamentos é um pré-requisito fundamental. Ênfase nos fluxos: tanto na administração de escritórios como de manufatura deve ser criada estruturas celulares, baseadas nos fluxos naturais de materiais e/ ou informações. Estas estruturas devem facilitar os seguintes aspectos:

Estabelecimento de sistemas simples de controle as produção, baseados no relacionamento cliente-fornecedor entre as células; alocação da responsabilidade pela célula é uma equipe.

Implementação passo a passo a passo do sistema Kanban, célula a célula, com estoques de segurança temporários, eliminando-os gradativamente, assim como o sistema tradicional de controle;

Definição clara da responsabilidade pela qualidade de cada célula, fornecendo técnicas de medida e avaliação e qualidade;

Criação de uma estrutura organizacional leve, com, a passagem de funções da mão-de-obra indireta para a mão-de-obra direta;

Estabelecimento de medidas de avaliação de desempenho das células coerentes com a filosofia IT como: taxas diárias de rotação de estoques, lead time representativo da célula, percentual diário de atendimento do programa de produção, atingindo as metas diárias de qualidade em peças defeituosas por milhão, entre outras.

CARACTERÍSTICAS.

Características do Just in Time.

Um sistema de produção que adapta a filosofia Just in Time deve ter determinadas características, as quais formam aspectos coerentes com os princípios do Just in Time. Entre várias características realçamos as seguintes:

 O sistema Just in Time não se adapta perfeitamente à produção de muitos produtos diferentes, pois, em geral, isto requer extrema flexibilidade do sistema produtivo, em dimensões que não são possíveis de obter com a filosofia Just in Time,

 O layout do processo de produção deve ser celular, dividindo-se os componentes produzidos em famílias com determinada gama de operações de produção, montando-se, desta forma, pequenas linhas de produção (células) de modo a tornar o processo mais eficiente, reduzindo-se a movimentação e o tempo consumido com a preparação das máquinas e equipamentos,

 A gestão da linha de produção coloca ênfase na autonomia dos encarregados e no balanceamento da linha, na não aceitação de erros, paralisando-se a linha, se for necessário, até que os erros sejam eliminados.

 A produção deve basear-se em grupos de trabalho, onde trabalhadores multifuncionais iniciam e terminam um ou mais tipos de produtos, que serão utilizados pelo grupo seguinte; para que o sistema funcione é indispensável que todos os produtos que fluem de um grupo para o outro sejam perfeitos e os erros sejam imediatamente segregados (os erros são facilmente detectados quando se trabalha com pequenas quantidades),

 A responsabilidade pela qualidade é transferida para a produção e é dada ênfase ao controle da qualidade na fonte, adaptando os princípios de controle da qualidade total (a redução de stock e a resolução de problemas de qualidade formam um ciclo positivo de melhoria contínua); assim, a responsabilidade pela qualidade está na fonte de produção,

 É dada muito ênfase na redução dos tempos do processo, como forma de conseguir flexibilidade, visto que os tempos consumidos com atividades que não acrescentam valor ao produto devem ser eliminados, enquanto os tempos consumidos com atividades que geram valor ao produto devem ser utilizados de forma a maximizar a qualidade dos produtos produzidos,

 O fornecimento de materiais no sistema Just in Time deve ser uma extensão dos princípios aplicados dentro da fábrica, tendo por objetivos o fornecimento de lotes de pequenas dimensões, recebimentos freqüentes e confiáveis, lead times curtos e altos níveis de qualidade.
O planejamento da produção do sistema Just in Time deve garantir uma carga de trabalho diária estável, que possibilite o estabelecimento de um fluxo contínuo dos materiais. O sistema de programação e controle de produção está baseado no uso de "cartões" (denominado método Kanban) para a transmissão de informações entre os diversos centros produtivos.
O Just in Time possui também algumas características de caráter social relacionadas com a valorização do fator humano. Os grandes responsáveis pelo êxito ou pelo fracasso da implementação de um sistema Just in Time são, em última análise, os responsáveis departamentais e setoriais. A eles cabe a missão de reduzir distâncias hierárquicas e criar um clima de participação efetiva de todos, assegurando o cumprimento dos objetivos em causa sem o interesse das pessoas, nenhum sistema, seja ele qual for, funciona.

VANTAGENS DO JUST IN TIME.

As vantagens do sistema de gestão Just in Time podem ser mostradas através da análise da sua contribuição nos principais critérios competitivos.

Custos: dados os custos dos equipamentos, materiais e mão-de-obra, o Just in Time procura que eles sejam reduzidos ao essencialmente necessário. As características do sistema Just in Time, o planejamento e a responsabilidade dos encarregados da produção pela melhoria do processo produtivo favorecem a redução dos desperdícios. Existe também uma redução significativa dos tempos de preparação (setup), além da redução dos tempos de movimentação.

Qualidade: o Just in Time evita que os defeitos fluam ao longo do processo produtivo. O único nível aceitável de defeitos é zero, motivando a procura das causas dos problemas e das soluções que eliminem essas mesmas causas. Os colaboradores são treinados em todas as tarefas que executem, incluindo a verificação da qualidade (sabem, portanto, o que é um produto com qualidade e como produzi-lo). Também, se um lote inteiro for produzido com peças defeituosas, o tamanho reduzido dos lotes minimizará os produtos afetados.

Flexibilidade: o sistema Just in Time aumenta a flexibilidade de resposta do sistema pela redução dos tempos envolvidos no processo e a flexibilidade dos trabalhadores contribui para que o sistema produtivo seja mais flexível em relação às variações dos produtos. Através da manutenção de níveis de stocks muito baixos (ou nulos), um modelo de produto pode ser mudado sem que se originem muitos componentes obsoletos.

As regras do Kanban e o princípio da visibilidade permitem identificar rapidamente os problemas que poderiam comprometer a fiabilidade, permitindo a sua imediata resolução. Também, o baixo nível de stocks e a redução dos tempos permitem que o ciclo de produção seja curto e o fluxo veloz.

LIMITAÇÕES DO JUST IN TIME.

As principais limitações do Just in Time estão ligadas à flexibilidade do sistema produtivo, no que se refere à variedade dos produtos oferecidos ao mercado e à variação da procura a curto prazo. O sistema Just in Time requer que a procura seja estável a curto prazo para que se consiga um balanceamento adequado dos recursos, possibilitando um fluxo de materiais contínuo e suave. Caso a procura seja muito instável, há a necessidade de manutenção de stocks de produtos acabados a um nível tal que permita que a procura efetivamente sentida pelo sistema produtivo tenha certa estabilidade.

Como o método Kanban prevê a manutenção de certo stock de componentes entre os centros de produção, se houver uma variedade muito grande de produtos e componentes o fluxo de cada um não será contínuo, mas sim intermitente, gerando stocks elevados no processo produtivo para cada item. Isto contraria uma série de princípios do Just in Time, comprometendo a sua aplicação.

Outro problema resultante da grande variedade de produtos seria a conseqüente complexidade das gamas de produção. O princípio geral de transformação do processo produtivo numa linha contínua de fabricação e montagem de produtos fica prejudicado se um conjunto de gamas de produção não poder ser estabelecido.

Também a redução do stock pode aumentar o risco de interrupção da produção em função de problemas de gestão de mão-de-obra, como, por exemplo, greves tanto na fábrica como nos fornecedores.






Fordismo
O que é o Fordismo, características, sistema de produção, Henry Ford, resumo

fordismo, linha de montagem O que é

Fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford, cuja principal característica é a fabricação em massa. Henry Ford criou este sistema em 1914 para sua indústria de automóveis, projetando um sistema baseado numa linha de montagem.

Objetivo do sistema

O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número possível de consumidores. Desta forma, dentro deste sistema de produção, uma esteira rolante conduzia a produto, no caso da Ford os automóveis, e cada funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não precisavam sair do seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de produção. Também não era necessária utilização de mão-de-obra muito capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa dentro de sua etapa de produção.

O fordismo foi o sistema de produção que mais se desenvolveu no século XX, sendo responsável pela produção em massa de mercadorias das mais diversas espécies.

Declínio do fordismo

Na década de 1980, o fordismo entrou em declínio com o surgimento de um novo sistema de produção mais eficiente. O Toyotismo, surgido no Japão, seguia um sistema enxuto de produção, aumentando a produção, reduzindo custos e garantindo melhor qualidade e eficiência no sistema produtivo.

Fordismo para os trabalhadores

Enquanto para os empresários o fordismo foi muito positivo, para os trabalhadores ele gerou alguns problemas como, por exemplo, trabalho repetitivo e desgastante, além da falta de visão geral sobre todas as etapas de produção e baixa qualificação profissional. O sistema também se baseava no pagamento de baixos salários como forma de reduzir custos de produção.

Dica de filme:

- Um filme interessante que aborda o fordismo é “Tempos Modernos”, produzido e estrelado por Charles Chaplin. O filme faz uma crítica ao sistema de produção em série, além de mostrar a combalida economia norte-americana após a crise econômica de 1929.


O Taylorismo é uma teoria criada pelo engenheiro Americano Frederick W. Taylor (1856-1915) que a desenvolveu a partir da observação dos trabalhadores nas indústrias. O engenheiro constatou que os trabalhadores deveriam ser organizados de forma hierarquizada e sistematizada, ou seja, cada trabalhador desenvolveria uma atividade específica no sistema produtivo da indústria (especialização do trabalho). No taylorismo, o trabalhador é monitorado segundo o tempo de produção, cada indivíduo deve cumprir sua tarefa no menor tempo possível, sendo premiados aqueles que se sobressaem, isso provoca a exploração do proletário que tem que se “desdobrar” para cumprir o tempo cronometrado.


Dando prosseguimento à teoria de Taylor, Henry Ford (1863-1947), dono de uma indústria automobilística (pioneiro), desenvolveu seu procedimento industrial baseado na linha de montagem para gerar uma grande produção que deveria ser consumida em massa. Os países desenvolvidos aderiram totalmente, ou parcialmente, a esse método produtivo industrial, que foi extremamente importante para consolidação da supremacia norte-americana no século XX.

Os países subdesenvolvidos não se adequaram ao fordismo no sistema produtivo, pois a sua população não teve acesso ao consumo dos produtos gerados pela indústria de produção em massa.

A essência do fordismo é baseada na produção em massa, mas para isso é preciso que haja consumo em massa, outra ideologia particular é quanto aos trabalhadores que deveriam ganhar bem para consumir mais
Ghyorgia Vanessa Rosa! 81!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Justin in time

Aluno: Laudicir turma: 81



Conceito de Just-in-Time

O just-in-time (JIT) é um princípio de gestão de stocks, aplicado com grande sucesso em numerosas organizações japonesas, que se caracteriza pela manutenção de matérias-primas e componentes em stock apenas em quantidade suficiente para manter o processo produtivo no momento. No limite, as quantidades de stocks são nulas pois os únicos stocks de matérias-primas existentes são os que estão precisamente a ser transformados.

Este tipo de gestão de stocks pode traduzir-se em fortes reduções dos montantes de investimento em stocks, libertando liquidez para outros fins e na redução dos custos de armazenamento, espaço e pessoal. Contudo, para que funcione eficazmente e sem estrangulamentos no processo produtivo, o JIT obriga à manutenção de relações privilegiadas com os fornecedores.

Aplicado à produção, o JIT assenta geralmente num sistema de informações conhecido por kanban (cartão). O kanbans relativos às ordens de fabrico transitam em sentido contrário ao do fluxo de produção - como o número de kanbans é limitado e as ordens de fabrico são sempre emitidas a jusante no processo de fabrico (de acordo com as suas necessidades), tal evita a acumulação de stocks nas diferentes fases do processo.

justin in time

Aluno:Bruno turma:81


O Just-in-time é uma proposta de reorganização do ambiente produtivo assentada no entendimento de que a eliminação de desperdícios visa o melhoramento contínuo dos processos de produção, é a base para a melhoria da posição competitiva de uma empresa, em particular no que se referem os fatores com a velocidade, a qualidade e o preço dos produtos.

O JIT é as iniciais de Just-In-Time/Total Quality Control, um método para gestão da produção. Como se pode perceber pela designação o controla da produção é feito enquanto o bem é produzido, e não no fim. Inclusivamente, o controlo é feito pelos próprios operários, como veremos mais adiante.

Como se sabe o Japão é pequeno, muito populado e pobre em recursos. É por isso que o princípio base do JIT é evitar enormes armazéns de stocks e de peças defeituosas, poupando espaço e, ao mesmo tempo, todo um conjunto de recursos que têm que ser disponibilizados para manter esses armazéns.

COMO SURGIU.

O Just in Time surgiu no Japão, no princípio dos anos 50, sendo o seu desenvolvimento creditado à Toyota Motor Company, a qual procurava um sistema de gestão que pudesse coordenar a produção com a procura específica de diferentes modelos de veículos com o mínimo atraso.
Quando a Toyota decidiu entrar em pleno fabrico de carros, depois da Segunda Guerra Mundial, com pouca variedade de modelos de veículos, era necessária bastante flexibilidade para fabricar pequenos lotes com níveis de qualidade comparáveis aos conseguidos pelos fabricantes norte-americanos. Esta filosofia de produzir apenas o que o mercado solicitava passou a ser adaptada pelos restantes fabricantes japoneses e, a partir dos anos 70, os veículos por eles produzidos assumiram uma posição bastante competitiva.

Desta forma, o Just in Time tornou-se muito mais que uma técnica de gestão da produção, sendo considerado como uma completa filosofia a qual inclui aspectos de gestão de materiais, gestão da qualidade, organização física dos meios produtivos, engenharia de produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos. O sistema característico do Just in Time de "puxar" a produção a partir da procura, produzindo em cada momento somente os produtos necessários, nas quantidades necessárias e no momento necessário, ficou conhecido como o método Kanban. Este nome é dado aos "cartões" utilizados para autorizar a produção e a movimentação de materiais, ao longo do processo produtivo.

Embora se pense que o sucesso do sistema de gestão Just in Time seja intrínseco às características culturais do povo japonês, cada vez mais empresas americanas e européias se têm convencido que esta filosofia é composta de práticas que podem ser aplicadas em qualquer parte do mundo.

Para a filosofia Just in Time, em cada etapa do processo produzem-se somente os produtos necessários para a fase posterior, na quantidade e no momento exato.

Isto não significa transferir os stocks do consumidor para o fornecedor ou do posto de trabalho a jusante para o posto de trabalho a montante. A sua meta final é a eliminação total dos stocks, ao mesmo tempo em que se atinge um nível de qualidade superior.

Tradicionalmente os stocks são considerados úteis por protegerem o sistema produtivo de perturbações que podem ocasionar a interrupção dos fluxos de produção (rupturas de produtos). Se o conceito Just in Time for aplicado em todas as etapas do processo produtivo, não deverão existir stocks nem espaços de armazenagem, eliminando-se os custos de armazenamento e inventário. Serão de esperar, também, ganhos de produtividade, aumento da qualidade e maior capacidade de adaptação a novas condições.

O QUE É O JIT .

Apesar de, segundo o JIT, se produzir uma pequena gama de produtos o crescimento alimenta a variedade. Uma empresa enriquece a produzir um determinado produto, mas depois pode montar outra fábrica e produzir outro produto. E então o sistema de lotes perde a vantagem da variedade.

O conceito do JIT é bastante simples: produzir e entregar os produtos mesmo a tempo (just in time) de serem vendidos. Peças mesmo a tempo de serem montadas e materiais mesmo a tempo de serem transformados em peças. A idéia dos japoneses é produzir pequenas quantidades para corresponder à procura, enquanto que os ocidentais produzem grandes quantidades de produtos vários para o caso de virem a ser necessários.

Um dos grandes problemas em gerir uma produção está em encontrar o equilíbrio entre os custos de transporte de grandes quantidades de material e os custos de preparação das máquinas. Custos de transporte estes, que englobam o custo de armazenamento e de manutenção desse material. A contabilidade quer baixar os custos de transporte transportando menos quantidades mais vezes, e a produção querem baixar os custos de preparação e evitar paragens na produção produzindo durante muito tempo sem parar. Existe um ponto economicamente carreto, sem ser demasiado alto para os custos de transporte e nem demasiado baixo para que a produção não tenha que parar muitas vezes. Este é designado por "quantidade econômica a encomendar" (Economic Order Quantity - EOQ).

Uma das maneiras de se reduzir o EOQ é baixar os tempos de preparação das máquinas, transformá-las, ou mesmo produzir as suas próprias máquinas.

Pode parecer estranho, mas vejamos um exemplo: em 1971 a Toyota iniciou uma cruzada para baixar os tempos de preparação. Nessa altura demorava 1 hora para preparar uma prensa de 800 toneladas que era usada para moldar capôs e pára-choques. Após 5 anos de trabalho intensivo, esse tempo foi reduzido para 12 minutos, enquanto que na mesma altura um concorrente americano necessitava de 6 horas para o mesmo trabalho. No entanto, a Toyota não parou por aqui! Eles queriam atingir um tempo mais baixo, menos do que 10 minutos, e conseguiram atingir tempos de menos de 1 minuto! Será possível? Conseguir preparar máquinas gigantes em menos de 10 minutos, em segundos? Tanto é que a Toyota o fez, e hoje em dia outros o fazem. No caso das prensas de 800 toneladas tratou-se "somente" de alterar a máquina de forma a que uma peça feita deslizasse por um dos lados, ao mesmo tempo em que do outro lado entrava a nova chapa a ser moldada.

No Japão até os pequenos fabricantes chegam a produzir as suas próprias máquinas. No entanto, no ocidente isso não acontece assim, é sabido que não se deve mexer nas máquinas, principalmente porque estas são produzidas por grandes companhias com provas dadas de qualidade. Mas essas máquinas têm normalmente um caráter genérico e, assim, os tempos de preparação são considerados um dado adquirido e não há nada a fazer em relação a isso.

QUAIS OS OBJETIVOS.

Just in Time - JIT consiste em entrega de produtos e serviços, na hora certa para o uso imediato, tendo como objetivo principal a busca contínua pela melhoria do processo produtivo, que é obtida e desenvolvida através da redução dos estoques. Este sistema permite a continuidade do processo, mesmo quando há problemas nos estágios anteriores a sua produção final.

Just in Time, que significa “no tempo justo”, exige do administrador o abastecimento ou desabastecimento da produção no tempo certo, no lugar certo e na quantidade certa, visando capacitar à empresa a produzir somente o necessário ao atendimento da demanda, com qualidade assegurada.

O objetivo do JIT é promover a otimização de todo o sistema de manufatura, desenvolvendo políticas, procedimentos e atitudes requeridos para ser um fabricante responsável e competitivo. Para que isso ocorra da melhor forma possível, é necessário atingir algumas metas, tais como: projetar a otimização dos processos, interagirem bem com o cliente, obter relações de confiabilidade com fornecedores e clientes, adotar compromisso de melhoria contínua. Estas metas que juntas resultarão no objetivo final.

O Just in Time tem também como objetivo principal a busca contínua pela melhoria do processo produtivo, que é alcançada e trabalhada através da redução dos estoques. Estes permitem a continuidade do processo produtivo mesmo quando há problemas nos estágios de produção. Ao se reduzir o estoque, os problemas que antes não afetavam a produção, torna-se agora visíveis, podendo, assim serem eliminados, permitindo um fluxo mais suave da produção.

ASPECTOS DE DIFERENCIAÇÃO COM A ABORDAGEM TRADICIONAL DA ADMINISTRAÇÃO.

A implementação do sistema JIT requer um enfoque sistêmico, no qual uma série de aspectos da empresa tem que ser modificada. Não é apenas uma questão da aplicação de uma técnica específica, mas, antes de mais nada, mudanças em vários campos, alguns dos quais são pré-requisitos para implantação da filosofia JIT. Entre estes aspectos podemos citar.

Comprometimento da alta administração: o sucesso da implantação do JIT não pode ser obtido sem nenhuma implantação clara da crença da alta administração n o sistema JIT. Mudanças de atitude em toda a empresa são necessárias para integração das diversas áreas, desenvolvendo uma mentalidade global voltada para a resolução de problemas. Programas de treinamento neste sentido devem ser suportados pela alta administração. Os procedimentos para autorização de investimentos de capital para aprimoramento dos processos devem ser claramente estabelecidos e simplificados.

Medidas de avaliação de desempenho: a forma de avaliar o desempenho dos diversos setores deve ser modificada para ser clara, objetiva e voltada a incentivar o comportamento de todos os funcionários de forma coerente com os critérios competitivos da empresa e com os princípios da filosofia JIT. Em particular, medidas de desempenho exclusivamente relacionadas a taxas de utilização de equipamentos e volume de produção são contra-recomendadas.

Estrutura organizacional: a estrutura organizacional de ser modificada para reduzir a quantidade de departamentos especialistas de apoio, os quais costumam ser responsáveis por aspectos que, segundo a filosofia JIT, passam a ser de responsabilidade da própria produção. Entre eles, a qualidade, a manutenção (ao menos parte da manutenção preventiva), o balanceamento das linhas e o aprimoramento dos processos.

Organização do trabalho: a organização do trabalho deve favorecer e enfatizar a flexibilidade dos trabalhadores, a comunicação fácil entre os setores produtivos e o trabalho em equipe.

Conhecimento dos processos: a compilação de fluxogramas de materiais e de informação para todas as atividades, seja na área de manufatura, seja de projeto, seja de escritório, seguido da eliminação metódica das atividades que geram desperdícios ou apenas não agregam valor, é pré-requisito importante. Em particular, a aplicação desses procedimentos nos processos de preparação de equipamentos é um pré-requisito fundamental. Ênfase nos fluxos: tanto na administração de escritórios como de manufatura deve ser criada estruturas celulares, baseadas nos fluxos naturais de materiais e/ ou informações. Estas estruturas devem facilitar os seguintes aspectos:

Estabelecimento de sistemas simples de controle as produção, baseados no relacionamento cliente-fornecedor entre as células; alocação da responsabilidade pela célula é uma equipe.

Implementação passo a passo a passo do sistema Kanban, célula a célula, com estoques de segurança temporários, eliminando-os gradativamente, assim como o sistema tradicional de controle;

Definição clara da responsabilidade pela qualidade de cada célula, fornecendo técnicas de medida e avaliação e qualidade;

Criação de uma estrutura organizacional leve, com, a passagem de funções da mão-de-obra indireta para a mão-de-obra direta;

Estabelecimento de medidas de avaliação de desempenho das células coerentes com a filosofia IT como: taxas diárias de rotação de estoques, lead time representativo da célula, percentual diário de atendimento do programa de produção, atingindo as metas diárias de qualidade em peças defeituosas por milhão, entre outras.

CARACTERÍSTICAS.

Características do Just in Time.

Um sistema de produção que adapta a filosofia Just in Time deve ter determinadas características, as quais formam aspectos coerentes com os princípios do Just in Time. Entre várias características realçamos as seguintes:

 O sistema Just in Time não se adapta perfeitamente à produção de muitos produtos diferentes, pois, em geral, isto requer extrema flexibilidade do sistema produtivo, em dimensões que não são possíveis de obter com a filosofia Just in Time,

 O layout do processo de produção deve ser celular, dividindo-se os componentes produzidos em famílias com determinada gama de operações de produção, montando-se, desta forma, pequenas linhas de produção (células) de modo a tornar o processo mais eficiente, reduzindo-se a movimentação e o tempo consumido com a preparação das máquinas e equipamentos,

 A gestão da linha de produção coloca ênfase na autonomia dos encarregados e no balanceamento da linha, na não aceitação de erros, paralisando-se a linha, se for necessário, até que os erros sejam eliminados.

 A produção deve basear-se em grupos de trabalho, onde trabalhadores multifuncionais iniciam e terminam um ou mais tipos de produtos, que serão utilizados pelo grupo seguinte; para que o sistema funcione é indispensável que todos os produtos que fluem de um grupo para o outro sejam perfeitos e os erros sejam imediatamente segregados (os erros são facilmente detectados quando se trabalha com pequenas quantidades),

 A responsabilidade pela qualidade é transferida para a produção e é dada ênfase ao controle da qualidade na fonte, adaptando os princípios de controle da qualidade total (a redução de stock e a resolução de problemas de qualidade formam um ciclo positivo de melhoria contínua); assim, a responsabilidade pela qualidade está na fonte de produção,

 É dada muito ênfase na redução dos tempos do processo, como forma de conseguir flexibilidade, visto que os tempos consumidos com atividades que não acrescentam valor ao produto devem ser eliminados, enquanto os tempos consumidos com atividades que geram valor ao produto devem ser utilizados de forma a maximizar a qualidade dos produtos produzidos,

 O fornecimento de materiais no sistema Just in Time deve ser uma extensão dos princípios aplicados dentro da fábrica, tendo por objetivos o fornecimento de lotes de pequenas dimensões, recebimentos freqüentes e confiáveis, lead times curtos e altos níveis de qualidade.

O planejamento da produção do sistema Just in Time deve garantir uma carga de trabalho diária estável, que possibilite o estabelecimento de um fluxo contínuo dos materiais. O sistema de programação e controle de produção está baseado no uso de "cartões" (denominado método Kanban) para a transmissão de informações entre os diversos centros produtivos.
O Just in Time possui também algumas características de caráter social relacionadas com a valorização do fator humano. Os grandes responsáveis pelo êxito ou pelo fracasso da implementação de um sistema Just in Time são, em última análise, os responsáveis departamentais e setoriais. A eles cabe a missão de reduzir distâncias hierárquicas e criar um clima de participação efetiva de todos, assegurando o cumprimento dos objetivos em causa sem o interesse das pessoas, nenhum sistema, seja ele qual for, funciona.

VANTAGENS DO JUST IN TIME.

As vantagens do sistema de gestão Just in Time podem ser mostradas através da análise da sua contribuição nos principais critérios competitivos.

Custos: dados os custos dos equipamentos, materiais e mão-de-obra, o Just in Time procura que eles sejam reduzidos ao essencialmente necessário. As características do sistema Just in Time, o planejamento e a responsabilidade dos encarregados da produção pela melhoria do processo produtivo favorecem a redução dos desperdícios. Existe também uma redução significativa dos tempos de preparação (setup), além da redução dos tempos de movimentação.

Qualidade: o Just in Time evita que os defeitos fluam ao longo do processo produtivo. O único nível aceitável de defeitos é zero, motivando a procura das causas dos problemas e das soluções que eliminem essas mesmas causas. Os colaboradores são treinados em todas as tarefas que executem, incluindo a verificação da qualidade (sabem, portanto, o que é um produto com qualidade e como produzi-lo). Também, se um lote inteiro for produzido com peças defeituosas, o tamanho reduzido dos lotes minimizará os produtos afetados.

Flexibilidade: o sistema Just in Time aumenta a flexibilidade de resposta do sistema pela redução dos tempos envolvidos no processo e a flexibilidade dos trabalhadores contribui para que o sistema produtivo seja mais flexível em relação às variações dos produtos. Através da manutenção de níveis de stocks muito baixos (ou nulos), um modelo de produto pode ser mudado sem que se originem muitos componentes obsoletos.

As regras do Kanban e o princípio da visibilidade permitem identificar rapidamente os problemas que poderiam comprometer a fiabilidade, permitindo a sua imediata resolução. Também, o baixo nível de stocks e a redução dos tempos permitem que o ciclo de produção seja curto e o fluxo veloz.

LIMITAÇÕES DO JUST IN TIME.

As principais limitações do Just in Time estão ligadas à flexibilidade do sistema produtivo, no que se refere à variedade dos produtos oferecidos ao mercado e à variação da procura a curto prazo. O sistema Just in Time requer que a procura seja estável a curto prazo para que se consiga um balanceamento adequado dos recursos, possibilitando um fluxo de materiais contínuo e suave. Caso a procura seja muito instável, há a necessidade de manutenção de stocks de produtos acabados a um nível tal que permita que a procura efetivamente sentida pelo sistema produtivo tenha certa estabilidade.

Como o método Kanban prevê a manutenção de certo stock de componentes entre os centros de produção, se houver uma variedade muito grande de produtos e componentes o fluxo de cada um não será contínuo, mas sim intermitente, gerando stocks elevados no processo produtivo para cada item. Isto contraria uma série de princípios do Just in Time, comprometendo a sua aplicação.

Outro problema resultante da grande variedade de produtos seria a conseqüente complexidade das gamas de produção. O princípio geral de transformação do processo produtivo numa linha contínua de fabricação e montagem de produtos fica prejudicado se um conjunto de gamas de produção não poder ser estabelecido.

Também a redução do stock pode aumentar o risco de interrupção da produção em função de problemas de gestão de mão-de-obra, como, por exemplo, greves tanto na fábrica como nos fornecedores.

Bibliografia
Baranger, P., Huguel G., Gestão da Produção: Actores, técnicas e políticas, Edições Sílabo, Lda., 1994
Endereços Internet
http://claudionmmendes.sites.uol.com.br/
http://www.portaldaadministracao.org
http://www. Just-In-Time Manufacturing

toyotismo

Aluno: Laudicir turma81


Toyotismo : Uma evolução de pensamento ou um modo de vida das novas gerações

Neste capítulo vou tentar abordar a parte mais conflituosa do tema Toyotismo. A pergunta que aparece no início não é apenas um título. É a meu ver aquilo a que se deve chamar o início de uma discussão. Isto por duas razões fundamentais. Será que á semelhança do Fordismo ou do Taylorismo o Toyotismo é apenas mais um modelo de produção industrial, ou será que já se tornou uma matriz de pensamento influenciador não só dos circuitos produtivos mas também da Educação, da Cultura, em suma, da nossa forma de estar perante a vida.

Senão vejamos, ao estudar um jovem adolescente e mais novo até é constantemente confrontado com o individualismo, a competição, o ser melhor. Por vezes parece que o espírito olímpico se tornou uma referência incontornável e inquestionável. Mais alto, Mais forte, Mais longe, são as palavras de ordem. È certo, e Psicólogos explicarão isso certamente melhor que eu, que é na Infância/Adolescência que se forma a consciência e o espírito do ser humano. O espírito individualista que é incutido no ensino que, tal como no mundo laboral e no Toyotismo em particular, vem disfarçado sob a capa de um espírito de equipa, de um "nós" muito próximo do "eu". O trabalho em equipa em que o "nós" está presente mas em que o ser individual é constantemente avaliado pela sua entrega, espírito e progresso.

Vejamos culturalmente. A chamada cultura de massas do sec XX, a televisão, não projecta, e continuamos a falar apenas dos escalões etários mais baixos, o conceito de grupo. Concurso de cultura geral para jovens em que sob a capa de um grupo escolar, cada ser individual é avaliado, censurado e reprimido pelo restante grupo. A sobrevivência do mais forte. Do "eu". Desenhos animados em que a luta é a história. Um herói que luta pelos outros, o "ele" em que cada "eu" se gostaria de rever. Em suma e não me alongando numa matéria em que não sou de todo voz abalizada, As pessoas crescem sem o sentido de grupo. Nada disto parece ter a ver com assunto em questão. Não teria se a ausência de sentido de grupo ou classe não fosse transportada para a vida laboral.

Esta é a primeira razão pela qual eu formulo a pergunta que dá título ao capítulo. Existe outra de peso a meu ver. E que está directamente ligada com a anterior. A relação "Eu" Consumidor v "Eu" Trabalhador.

Como suporte ao que vou tentar explicar escrevi um pequeno texto que penso vai ajudar a compreender o que quero explicar.

"O Zé e a Maria vão ser pais no final do ano. Nestas alturas que qualquer pai tem tanta coisa para fazer o Zé e a Maria não fogem a regra. Os planos são muitos. As fraldas começam a ser compradas com antecedência de 5 meses, não vá acontecer algo.

O Zé e a Maria já começam a fazer planos para o quartinho do bebé. A pintura, os móveis ... Hoje vão a uma loja e escolhem a mobília que gostariam de ter lá em casa. Mas não encontram exactamente o que querem. Faltam duas gavetas ao roupeiro e uma das prateleiras que lá está e desnecessária. A cama que tem gavetão é feia e a que eles gostaram não tem gavetão ainda por cima a cómoda que fica bem com a cama tem uns puxadores que não lembram a ninguém. O dono da loja ciente que a satisfação do cliente é o valor que realmente interessa, quer no produto, quer na realização dos prazos de entrega não olha a meios e oferece-se prontamente para realizar todas as alterações que o Zé e a Maria pretendem.

Os pais desejosos de verem a sua casinha pronta para a chegada do bebé, ainda que faltem quase 4 meses para que o rebento chegue, pedem a entrega das mercadorias para o domingo seguinte, pois é o único dia da semana que vão estar em casa, pois trabalham numa multinacional que trabalha por turnos e que emprega os conceitos de flexibilidade.

Nem o Zé nem a Maria se lembraram que era 5ª Feira e que os móveis ainda vinham de Paços de Ferreira. Não se lembraram porque não existe o hábito de nos preocuparmos com isso apesar de sermos diariamente vítimas de outros clientes, de outras mercadorias que querem as coisas o mais rapidamente possível.

As compras feitas, o Zé e a Maria vão para casa. Mas será que os empregados da fábrica de móveis irão."

Este texto é certamente um pouquinho lamechas, mas isto também não é um concurso literário. A ideia que pretendi passar foi a da dificuldade que temos em nos colocar na pele de outros, de trabalhadores iguais a nós, que sofrem e vivem diariamente as mesmas amarguras que nós. Escrevi á pouco que esta questão está interligada com a questão anterior, pois provem do mesmo egoísmo que nos é incutido quer na infância, na adolescência ou quando chegamos ao mundo laboral.

O "eu" consumidor é sempre colocado a frente do "eu" trabalhador como se de uma pescadinha de rabo na boca se tratasse.

A pergunta inicial mantém-se. Será que o Toyotismo é uma evolução de pensamento ou um modo de vida das novas gerações que se pode interligar com uma pergunta mais no início deste texto. Será que o capital evoluiu e ao criar novos modelos foi eliminando as resistências que foi encontrando no caminho até criar um modelo que para alem de laboral é também social. Aprendi ao longo da minha curta vivência que um texto de reflexão não tem forçosamente de conter respostas e este é um exemplo disso. Lanço duvidas e quanto mais caminho mais duvidas se me aparecem.

Um Caminho para um novo sindicalismo

Vamos neste capítulo partir de alguns facto que me parecem inquestionáveis. O movimento sindical atravessa uma crise sem precedentes na História. Esta crise tem alguns factores que me parecem óbvios. Como já foi explicado mais em cima o movimento sindical perdeu a sua vertente politica. Uns por decreto outros porque foram assimilados pela burguesia. Existe no entanto um terceiro grupo de sindicatos que não lhes aconteceu nem uma coisa nem outra. Pura e simplesmente tornaram-se estado e esses tinham a sua vertente politica. É o caso dos países do ex. Bloco de Leste em que um Partido dos "trabalhadores" detinha o poder. Durante muito tempo alguns sindicatos de Este, e portanto fora do bloco comunista, apesar de não terem poder politica tinham uma referência. Um objectivo a alcançar e um objecto com que se identificavam. É o caso de todos os sindicatos ligados aos Partidos Comunistas da Europa. Ora a queda do muro de Berlim retira quer o objectivo quer o objecto e torna o movimento sindical num enorme vazio.

É nesta fase que a meu ver os sindicatos europeus perdem o ultima pilar daquilo que os autores do manifesto Working Men Association definiam como sendo o Alpha e o Omega do sindicalismo ou da acção sindical. A sua vertente social, através de um afastamento da realidade e consequentemente da base.

A influência da ex-URSS é fundamental neste aspecto. Quando digo que durante o período ditatorial na ex-URSS os sindicatos de tendência soviética tinham um objecto e um objectivo não o faço só por constatar um facto. Faço-o porque o conceito que está por detrás de alguma ideologia me leva a isso. Pode parecer um pormenor de somenos mas o conceito de revolução ser feito com as massas ou para as massas é o ponto de partida para o afundamento de um movimento sindical forte. A ideia de um partido vanguarda líder das massas fazia sentido nalgumas cabeças até 1991. Para aqueles que após essa data continuou a fazer sentido foi o fim do movimento sindical. O que a sociedade procura neste momento é ainda um partido vanguarda mas que esteja com as massas em sintonia e colaboração.

Se calhar é importante que se definam massas neste momento. Penso que podemos caracterizar nesta sociedade Toyotista dois vectores chave. As massas não são um movimento uniforme, que se possam comandar. São seres que pensam individualmente e que podem estar organizados em pequenos grupos temáticos ou de interesse comum. O somatório dos vários interesses dá a massa. O 1º vector é o individualismo dentro de um grupo. O segundo vector que caracteriza as massas actualmente é o da competitividade que está ligado ao do individualismo e daí não fazer sentido a expressão do líder de massas. A massa é constituída, pelo menos é interiorizada assim pelos componentes por muitos líderes.

A primeira resposta que o movimento sindical moderno tem de dar é exactamente esta. Como sintonizar uma agenda que é por natureza divergente. Como congregar a volta da centralidade do trabalho as agendas dos vários grupos. Não falei sobre esta questão mas parece-me que na sociedade actual a questão do trabalho é central e deve assumir esse papel e é essa a segunda dificuldade do movimento sindical. Como na diferença marcar a centralidade do tema em respeito pelas diversas centralidades que andam a sua volta.

Quando estas questões forem resolvidas o movimento sindical recupera um dos pilares do sindicalismo. A força social.

Só que como aqui foi dito as massas são compostas por seres que pensam individualmente e que podem estar organizados em pequenos grupos temáticos ou de interesse comum. É certo que o movimento social não é uniforme a escala planetária. Em Portugal por exemplo temos uma fragilidade gritante a este nível. Aqui entra mais uma interrogação do movimento sindical. Como proceder perante esta realidade. Não me parece que seja boa "política" o querer assumir protagonismo fora de época. A atitude mais sensata é a de fomentar o aparecimento de uma consciência social ainda que por vezes nada pareça ter a ver com o mundo laboral, pois já assumimos a centralidade do trabalho atrás. Ser no fundo um irmão mais velho que aconselha, fomenta e que ganha apoios na sua causa que é no fundo a causa de todos. O movimento sindical foi sendo destruído ao longo de 200 anos. Não tenhamos a pretensão de o restaurar numa década.

Em relação a este ponto é de facto interessante estudar a experiência dos fóruns sociais de modo a se poder tirar ilações e em particular da experiência do Fórum Social Português.

A primeira conclusão que se pode tirar é que juntamente com o movimento sindical também os partidos políticos que se situam na esfera "ideológica" dos fóruns são abalados pela desconfiança e pela crise que a chamada sociedade civil tem em relação a estes. A atitude assumida por associações diversas em relação ás forças politicas é o espelho da realidade existente. Este exemplo é a meu ver a 1ª e a suprema razão para que assumamos no conteúdo o manifesto Working Men Association. A interligação dos valores sociais e políticos, senão vejamos. Existe uma crise de confiança entre as forças politicas e a sociedade civil, mas o movimento sindical é por vocação um movimento com uma grande componente politica e ao mesmo tempo um movimento social de massas que pela sua natureza poderá ser um congregador de agendas. Exemplos recentes não nos faltam e do qual queria realçar um em particular. O da ecologia ou ambiente. (não quero aqui ferir as susceptibilidades de quem acha que são, e bem, questões diferentes). Este é um excelente exemplo de como várias e diversas agendas se podem interligar e fazer trabalho.

Estamos então num ponto que quase poderíamos definir como ponto 0. Um ponto em que a influencia política é reduzida, a influencia social quase nula e em que a credibilidade está fortemente abalada. O que fazer? Penso que é esta a pergunta que nos devemos pôr partindo do princípio que partilhamos da análise feita ao estado quase decrépito a que chegou o movimento sindical especialmente á escala europeia. O Movimento Sindical vai ter de descer novamente á terra e largar a estratosfera em que tem vivido. Vai ter de saber ultrapassar muitos dos dogmas a que tem estado agarrado e modernizar o pensamento. Façamos um breve raciocínio, pois não sou de todo voz abalizada nesta matéria (como em tantas outras) mas vou tentar fazer-me entender. Desde o início do século XX quantas gerações já foram contabilizadas? Inúmeras. Quantas "revoluções" ou marcos culturais já ocorreram? Imensas. Quantas condições materiais, (transportes comunicações, ...) já evoluíram ou mesmo criadas? Um sem número. E o rol de enumerações poderia continuar. Agora pensemos em contraponto a quantos estigmas o Movimento dos Trabalhadores ainda está agarrado? Quantos fantasmas do passado ainda povoam os nossos pensamentos? Quantas práticas se mantêm há anos? Demasiados a meu ver. Há muitos que confundem o modernizar pensamentos equivale a dizer fazer cedências ao Capital. A meu ver nada de mais errado. Não se o virmos numa lógica de que o mundo mudou. Que o estudante já tem consciência de que será mais cedo ou mais tarde trabalhador. Que as lutas não se resumem ao local de trabalho ou á empresa. O movimento dos trabalhadores tem de compreender que a luta pela hegemonia tem de ir á educação e á cultura. Mais atrás tentei explicar que a grande inovação do Toyotismo foi a alteração global que quis e conseguiu introduzir a começar desde logo pelo conceito de trabalhador, alterando-lhe não só a denominação para colaborador mas alterando-lhe também a sua relação com o seu meio envolvente. Mas tal só foi possível alterando-lhe a sua vida quer na educação quer na cultura e aqui entenda-se a cultura no sentido mais lato possível, a tal ponto que muitos dos seus conceitos são hoje pacificamente aceites pelos trabalhadores, interiorizados e até defendidos. Parece-me que o movimento sindical ainda não se adaptou a esta nova realidade.

Como é fácil de perceber por esta última parte do texto não sou eu que vou ter as respostas para todas estas dificuldades, penso que ninguém as terá, mas há uma coisa da qual estou convictamente convencido. É que o Movimento Sindical não precisa de uma alteração de forma. Precisa de uma alteração de substância á luz das novas realidades que nos são apresentadas. Precisa de fazer com décadas de atraso a discussão que o Capital já fez e que já aplicou e da qual está a tirar resultados hoje e que se pode resumir de uma forma muito genérica na pergunta:

O que é preciso fazer para que se tenha a hegemonia cultural e qual a melhor maneira de educar as massas para que estas se tornem permeáveis aos nossos argumentos.

É esta questão que está posta na mesa. É esta a questão a que vamos ter de responder em 1º lugar. Não para lhe dar o uso destinado a subjugação de um ser por outro, como é feito pelo Capital, mas sim para podermos dar-lhe a forma necessária, para voltarmos a ter verdadeiros movimentos de massas capazes de se rebelarem contra o sistema uns pelos outros e não uns contra os outros.

Conclusão

Disse-o no princípio deste texto que ficou muito mais longo que o inicialmente previsto:

"Este texto não pretende ser um lugar de verdades. Este texto pretende abrir temas. Pretende abrir á discussão outras perspectivas para que daí nasça uma discussão sobre o caminho que deve ser trilhado por uma força de esquerda e socialista moderna como o Bloco de Esquerda pretende (e é) ser.

Se este texto provocar alguma discussão, já me sentirei um pouco realizado. Pelo menos parte do objectivo foi conseguido."

Não tenho a veleidade de ser um pensador, apenas alguém que se preocupa com o que se passa e que gosta de partilhar as suas dúvidas com os outros. Não espero que concordem comigo. Aliás, gostava que muitos discordassem a ponto de se iniciar uma discussão que como disse estar convictamente convencido ser central para o futuro da luta de classes.

Afinal não é da discussão que nasce a luz?

Daniel Arruda, Coordenador da CSHST da Autoeuropa, Delegado Sindical no Sindicato dos Metalúrgicos do Sul, Militante do BE

O camino do sindicalismo

Aluno: Bruno Turma: 81


O caminho do sindicalismo do esplendor á crise

Os movimentos de trabalhadores andam historicamente em contra ciclo com os momentos industrialmente marcantes ou de outra forma, por cada momento de acção do capitalismo corresponde um momento de reacção por parte dos sindicatos sendo que têm a particularidade de em cada novo ciclo a acção do capital ser mais forte e a reacção do movimento sindical mais fraca, até ao marasmo que os movimentos de defesa dos trabalhadores estão hoje.

Sabendo que estou a usar um chavão, acho que é importante e até necessário que se conheça o nosso passado para saber onde estamos e podermos projectar um futuro. Numa época de mudança no nosso movimento sindical, umas forçadas, outras devido ao curso natural da história é importante sabermos como chegámos até aqui.

Este texto é composto de várias partes não ordenadas temporalmente. Pretendo focar vários temas que embora relacionados e possíveis de ocorrer no mesmo tempo representam estágios diferentes. O texto começa no ano de 1830, com o início da internacionalização da luta dos trabalhadores.

O inicio da internacionalização da luta dos trabalhadores

É por volta de 1830 que os trabalhadores, especialmente os europeus começam a tomar consciência da sua situação de assalariados e explorados e nasce a sua consciência de classe. Esta tomada de consciência aparece ou é acompanhada de uma agitação crescente onde também já fazem parte algumas manifestações públicas e as primeiras revindicações sociais e politicas. Estas primeiras manifestações de consciência de classe surgem em Lion e são como que um sentido orientador para as tentativas de internacionalização da luta dos trabalhadores que se seguiram.

Não se pense que o conceito das internacionais tem início em Karl Marx e Friederich Engels. Os primeiros passos na luta revolucionária foram dados num país propício a ser um laboratório de experiências sociais, a Bélgica, cuja formação enquanto país remonta a 1830. A Bélgica de então vivia um forte crescimento industrial e uma diversidade enorme de pessoas e condições sociais exactamente devido ao crescimento aí verificado. È neste cenário que nasce Sociedade de Fraternização que lança o primeiro jornal virado para os trabalhadores, neste caso os Flamengos, "O amigo sincero dos Trabalhadores". Este movimento é visto por muita gente como o primeiro passo para a internacionalização das lutas já que esta experiência Belga é baseada em várias outras, especialmente inglesas, o berço do 1º revolução industrial. Mas é em Junho de 1836 em Londres nasce a London Working Men Association e com ela o primeiro grupo político de consciência revolucionária e que verdadeiramente dá a luta revolucionaria o caracter internacionalista que ela necessitava. Este carácter é reforçado pelo manifesto Working Men Association destinado aos trabalhadores Polacos.

Já nessa altura, 24 de Outubro de 1871 esta associação de Trabalhadores declarava as questões ligadas ao trabalho não como um problema local ou nacional mas sim social,"That the emancipation of labor is neither a local nor a national, but a social problem..."E mais consideravam a luta dos trabalhadores e a sua emancipação económica como um imperativo político "That the economical subjection of the man of labor to the monopolizer of the means of labor - that is, the source of life - lies at the bottom of servitude in all its forms, of all social misery, mental degradation, and political dependence;

That the economical emancipation of the working classes is therefore the great end to which every political movement ought to be subordinate as a means".

Exactamente aquilo que o movimento sindical perdeu ao longo de cerca de 150 anos. A interacção entre o social e politico como forma de revindicação. Existiram é facto condições para que assim acontecesse, e daí eu atrás referir que a luta anti-capital foi uma luta de acção/reacção em que o capital aprendeu sempre algo após cada embate e o usasse. O sindicalismo, esse, ficou, utilizando uma expressão do boxe, cada vez mais encostado ás cordas.

Neste período pré e imediatamente pós Marxista houve outros factores dos quais destaco dois pela importância que têm e pela repetição que sofrem na história com outros protagonistas. Em 1º lugar a divisão existente entre os diversos grupos, de pensamento divergente no seio do movimento anti-capitalista e que mais do que uma frente de combate para fora consumiam-se em lutas e guerrilhas uns contra os outros. São aliás conhecidas as zangas e desaguisados que Marx frequentemente provocava nas publicações onde escrevia. O outro factor que penso que seja de ressalvar é a oposição feroz que os pensadores Saint-Simonistas faziam ás teses social-libertadoras de então. Então, como hoje, o capital já tinha percebido a importância dos fazedores de opinião, não na escala actual devido a expansão dos media, mas numa escala reduzida, para uma pequena burguesia emergente.

Muito se passou na luta sindical desde 1870 até á fase Fordista onde vamos parar a seguir, pois penso que será mais útil focalizar-mos a interpretação dos factos aos grandes momentos da história. Poderíamos comparar estes momentos a uma erupção vulcânica que tem o seu "boom" e depois é seguido de réplicas de intensidade variável mas que também provocam estragos. Até ao "boom" seguinte.

Uma nota previa a descrição seguinte. Os exemplos que vão ser referidos são Americanos e é sabido que o Fordismo foi aplicado de formas ligeiramente diferentes nos EUA e Europa e como tal também com realidades sociais e politicas diferentes. No entanto a experiência sindical norte-americano demonstra bem o caminho geral que o sindicalismo mundial leva a partir de então.

O Fordismo como já atrás foi referido dependia de uma grande massa de trabalhadores para a execução das tarefas rotineiras que lhes era destinada. Ora o Fordismo rapidamente percebeu que tal situação facilitava aos sindicatos pois era propícia a um aumento do poder de classe. A primeira medida para eliminar tal possibilidade foi o direccionar ataques ao movimento sindical sob o argumento do "aparelhamento Comunista" dos sindicatos.

Com a lei Wagner de 1933 os sindicatos haviam adquirido o poder da negociação colectiva mas no auge da Histeria Macarthista os sindicatos sucumbiram á lei Taft-Hartley em 1947. No entanto esta "derrota" não retirou tudo aos sindicatos. Estes mantiveram um relativo poder nas indústrias de produção de massa mas tal como foi referido atrás este poder deixou de ser um poder nas questões politica para passar a ser um poder nas questões meramente sociais. Como é fácil de reparar o sindicalismo que nasceu no sec XIX e que tinha as vertentes sociais e politica já deixava pelo caminho um dos seus pilares fundamentais.

A Lei Wagner basicamente consistia na criação de regulamentação de uma série de institutos e formas de organização cuja missão é basicamente a mesma só que para diferentes ramos: ajudar os investigadores de trabalho a achar trabalhos e formas de trabalho e empregadores achando os trabalhadores qualificados. Regulou também os planos de formação quer ao nível de frequência quer ao nível da duração anual. Os serviços oferecidos aos empregadores, para além de indicações de investigadores de trabalho para criação de locais de trabalho, incluem ajuda em desenvolvimento, ajuda aos empregadores com necessidades de recrutamento especiais, organizando Feiras de Trabalho. São também os institutos regulamentados por esta lei que vão ajudar na formação e requalificação de trabalhadores quando o seu "tempo" num dado posto de trabalho chega ao fim.

Para termos uma ideia desta lei posso dizer que as primeiras comissões de higiene e segurança no trabalho são criadas pelos sindicatos juntamente com as identidades patronais ao abrigo desta lei.

Em 1948 e já em plena época neoliberal esta lei sofre uma emenda e é alterada substancialmente a letra da lei e a esvazia das suas funções sociais. Mas na realidade esta lei já era quase letra morta pois a lei Taft-Hartley em 1947 já tinha na realidade anulado grande parte do acordo laboral anterior. A grande novidade desta lei é no entanto a limitação do direito a greve e a outros direitos dos trabalhadores como o da limitação do direito de associação.

É minha opinião que esta lei de 47 deve ser enquadrada para não parecer que apenas mais uma lei capitalista. O Fordismo priveligiava a produção para consumo interno. No período antes da 2ª Guerra Mundial os EUA já produziam excedentes enormes e era com esses excedentes que inundavam o mercado Europeu incorporando o continente europeu no sistema Fordista. Ora em 1947 a Europa estava em plena Guerra e o consumo claramente diminuiu, como é normal, da mesma forma que o consumo de material de guerra aumentou no mundo todo. Tudo isto provocou grandes alterações do outro lado do Atlântico pois empresas tiveram de ser reconvertidas pois não eram viáveis nos produtos que produziam, outras tiveram de despedir empregados e outras ainda pura e simplesmente fecharam. Neste contexto a lei de 33 era um empecilho que urgia eliminar. Mais que isso, era importante eliminar a nascença os focos de contestação que a população trabalhadora poderia iniciar.

Pondo as questões de outra forma, é nesta altura que se dá verdadeiramente o início da precarização das relações laborais. O inicio das subcontratações, dos vínculos precários, o inicio do fim das regalias sociais.

Para nos situar no tempo estamos na América no início da década de 50. Inicio também da era neoliberal. Na Europa por outro lado estamos a começar a era social liberal do pó guerra. Um mundo a dois tempos que não serve os interesses do capital. Esse mundo a dois tempos iria acabar com a 3ª revolução industrial e irá ter a sua unificação com o fim do estado social europeu no fim do século.

Como saíram os sindicatos de mais este "boom"? Como já vimos atrás nos EUA os sindicatos perderam a sua capacidade politica e ficaram apenas com a vertente social. Mesmo essa foi sendo esvaziada ao longo do tempo pelo que no início dos anos 80 os sindicatos americanos eram algo muito facilmente confundível com associações patronais. Na Europa e como será fácil de adivinhar pelo atrás descrito a situação era diferente pois o continente devastado do pó guerra apostou numa politica de cariz aparentemente social. Mas será que os sindicatos se fortaleceram nesta situação? É meu entendimento que não. Envolto no clima do pó guerra e das políticas o sindicatos de referência europeus em muitos casos social democratizaram-se. Ao contrário do exemplo americano onde os sindicatos foram reprimidos, na Europa o sindicalismo foi em muitos casos absorvido e onde debaixo de uma capa de influência politica foram entrando no jogo do poder e das classes dominantes. Devido á conjuntura a meu ver, os sindicatos europeus tiveram o mesmo destino dos americanos. Ao deixarem de ser diferença politicamente apenas continuaram a ter influência social e mesmo essa era regulada/influenciada pelo que o estado achava ser a linha correcta.

Outro factor de grande influencia no sindicalismo europeu foi mais uma vez e a exemplo do que já se tinha passado em 1870 a guerra interna nas esquerdas que de uma forma geral continuaram a perder mais tempo em se afirmarem no seu espaço que a combater e conquistar o espaço ao capital.

Chegamos a ¾ do sec XX e o que nos resta de que originalmente foi concebido para ser a arma de uma luta de classes que previa a emancipação da classe trabalhadora e a conquista do poder. Restava ao movimento dos trabalhadores a sua vertente social com especial concentração na agitação que deveria obrigar o poder Politico a reflectir e a mudar. Tarefa difícil, essa, quando a Influencia politica é nula e a consciência de classe é algo á muito esquecido.

Toyotismo, apenas laboral ou estrutura social

Confesso que esta parte me custou a escrever. Não sabia por onde começar tal a quantidade de factores que estão interligados. Até pensei em mudar o título. Será que tudo isto é toyotismo? Ou será que isto é educação? Ou será que é imigração? Ou ainda movimentos sociais? Ainda não sei mas como o objectivo final destas linhas é fazer debate sobre movimento sindical e as suas na resposta a crescente precarierização das relações laborais vou deixar o título assim e vou iniciar a minha divagação.

Como já atrás foi referido o Toyotismo nasce numa situação social, demográfica e cultural específica. O Japão do meio do século XX é uma sociedade do "nós" e não do "eu". É uma sociedade que vê na solidariedade social um factor de mais valia. Exactamente o contrário do que se assiste hoje. É esta contradição de fundo que a meu ver explica em grande medida o actual estádio das coisas. É uma forma simplista de ver as coisas, é correcto, mas é no entanto uma enorme diferença. Se calhar é a diferença que marca uma esquerda política e social em antítese ao neoliberalismo. É esta diferença que me vou propor a explicar se calhar de uma forma confusa pois a ideia de escrever sobre este tema nasce exactamente das ideias pouco claras que existem.

O que é o Toyotismo?

O Toyotismo é um conjunto de conceitos variados que compõem uma nebulosa. Não é por isso definir Toyotismo por si só. A grande e principal invenção do Toyotismo é simultaneamente a sua grande diferença em relação ao Fordismo, o trabalho em equipa.

A figura a seguir tenta demonstrar a graficamente o que é este sistema.

graficoarruda_1

Logicamente que o acima representado não é todo o toyotismo mas penso que representa as grandes linhas orientadoras. O que me proponho agora é tentar explicar alguns dos conceitos mais emblemáticos em pormenor de modo a que mais facilmente possam ser entendidos bem como o Toyotismo no seu todo.

Colaborador
O elemento fundamental na teoria Toyotista

A primeira e talvez a alteração ideológica mais profunda do Toyotismo é a substituição do conceito de trabalhador pelo conceito de colaborador. Mais que uma alteração de semântica é um corte ideológico que inicia a grande viragem dos conceitos e da relação de forças. Durante toda a época industrial até meio do Sec.XX via e definia o Homem como sendo apenas e só uma força de trabalho, tese essa, bem visível na teoria fordista da produção de massa para as massas. O papel passivo deste elo da corrente produtiva não só era apregoado como incentivado. O "eu" consumidor era uno com o "eu" trabalhador e não oferecia nenhum tipo de contradição. O trabalhador era por assim dizer mais um equipamento. Aliás esta noção de Trabalhador/ Equipamento e a diferença para o Colaborador / Equipamento ira ficar mais clara mais a frente aquando da explicação do processo KAIZEN. O colaborador por sua vez aparece como sendo parte de algo - não deixando de ser equipamento - que serve os interesses de todos. O colaborador Toyotista é parte da unidade industrial, que veste a camisola e contribui activamente para o "bem-estar" de todos.

É com base nesta alteração que o sistema Toyotista se começa a desenvolver e é aqui que cria as bases para todos os outros processos, uns inventados outros re-inventados.

KAIZEN
Uma Filosofia de trabalho e de empresa

O que significa KAIZEN? KAI significa mudança e ZEN significa bom ou para melhor e o significado destas palavras juntas é o de melhoria continua e que é considerada por muitos teóricos como uma atitude ou forma de vida.

A primeira grande diferença para com os sistemas anteriores é o facto de enquanto as anteriores filosofias implicavam uma estratificação vertical e estanque em pirâmide esta defende a transversalidade das decisões criando e estimulando os pontos de interacção. Isto que não as torna empresas horizontais entenda-se.

Atrás foi referida a especificidade do Japão enquanto pólo da 3ª revolução industrial e isso obviamente reflecte-se em toda a filosofia. Estamos a falar de uma economia estagnada ou até em recessão e não de uma economia pujante em fase de grande crescimento. Ora nesta conjuntura o KAIZEN alicerça-se na segurança dos pequenos passos seguros em detrimento de aventuras ou riscos. Não investe em rasgos tecnológicos mas sim em conhecimentos convencionais, até porque na lógica de interacção estes são mais facilmente assimilados por todos. E não funciona numa lógica orientada em função dos resultados mas sim dos processos pois são estes que asseguram os resultados a médio longo prazo.

Vamos tentar desenvolver isto mais um pouco de modo a que fique compreensível a todos. A função de qualquer empresa é sem duvida alguma a satisfação do cliente, então a 1ª objectivo é o QCD, Quality, Coasts and Delivery (Qualidade, Custos e Entrega no prazo) e para isso necessita de aplicar as metodologias correctas para cada caso como seja o caso do MUDA, (eliminação de desperdício) do GEMBA (acção sobre o local de trabalho), 5S's (metodologia de limpeza e arrumação), Visual Management, TQC (Totally Quality Control) MMK (eficiência dos meios produtivos), TPM (Totally Productive Mainetnence) ou o FLOW (Gestão de fluxos)

MUDA - o Desperdício pode ser de várias ordens

- Produção em excesso

Existência de demasiados materiais, quer matéria-prima, material em processo ou produto final.

Material mal transportado

Esperas, Pessoal a espera de máquinas materiais ou outros utensilios de trabalho

Fazer mais do que o cliente está disposto a pagar

Produzir sucata ou defeitos a retrabalhar.

Na gestão KAIZEN todo este desperdício deve ser eliminado

Gemba - Porquê da importância do GEMBA no Toyotismo. È aqui que o trabalho é realizado, é onde se acrescenta o valor ao produto, onde se pode e deve fazer a resolução dos problemas é onde estão os operadores, ou seja, as pessoas.

Qual é então a atitude KAIZEN em relação ao Posto de trabalho (GEMBA)?

Devem ser imediatamente verificadas máquinas e materiais, avarias defeitos ou situações perigosas. Devem ser imediatamente tomadas medidas temporárias até que se identifiquem as causas fundamentais para que s possam tomar contra medidas eficazes. Por fim a situação deve ser normalizada ou estandardizada.

Qual é então a atitude KAIZEN na relação das pessoas com o Posto de trabalho (GEMBA)?

O Operador deve dispor de tempo para poder efectuar melhorias no seu(s) posto(s) de Trabalho e para isso deve ser incentivado quer através do sentimento de confiança entre os estratos hierárquicos, ou através do reconhecimento do trabalho efectuado. Outra condição essencial é de que quem idealiza o GEMBA não pode de forma alguma ser mais importante que quem a opera pois ambos são parte integrante do Processo.

Como foi visto no quadro mais acima o Toyotismo é muita coisa mas parece-me que no que já foi explicado se pode tirar o sentido e a concepção das ideias que esta filosofia pretende atingir pois a sua principal novidade, no que ás relações pessoais diz sentido reside no conceito quer de posto de trabalho quer na redefinição de trabalhador e na postura e compromisso que um têm com o outro. Grande parte do resto da filosofia gira em torno disto.

Toyotismo fordismo e taylorismo

Aluno:Laudicir turma: 81


Toyotismo, fordismo e taylorismo
30-Mar-2007

toyotismoMuito se tem falado nos últimos tempos de precariedade, de crise no movimento sindical, de Toyotismo, Fordismo e Taylorismo. Penso no entanto, e desculpem a sinceridade que esta discussão tem sido um pouco vazia, baseada em leituras de textos de outrem, sem a referência critica que qualquer análise digna deve ter. O Bloco de Esquerda deve ter, a bem, até da sua credibilização junto da classe trabalhadora, uma linha de pensamento própria, estruturada e entendida por todos para que se possa fazer o caminho que acharmos mais correcto para dar a volta á situação que actualmente se vive.
Texto de Daniel Arruda
Este texto não pretende ser um lugar de verdades. Este texto pretende abrir temas. Pretende abrir á discussão outras perspectivas para que daí nasça uma discussão sobre o caminho que deve ser trilhado por uma força de esquerda e socialista moderna como o Bloco de Esquerda pretende (e é) ser.

Se este texto provocar alguma discussão, já me sentirei um pouco realizado. Pelo menos parte do objectivo foi conseguido.

Evolução industrial e capitalista e as respostas do movimento sindical

Os vários estádios por que a industria e consequentemente o capitalismo passaram até aos nossos dias e até chegarem ao que é consensualmente chamado de neoliberalismo são a meu ver fundamentais para podermos estudar a evolução do movimento sindical e o seu continuo decréscimo de influencia e chegarmos a sobejamente conhecida crise que o movimento sindical atravessa nos dias de hoje. È também minha opinião que um capitulo dedicado a este tema deve ter uma especial atenção aos contextos socio-económicos e territorial em que se deram as grandes ofensivas capitalistas pois essas características são fundamentais para se poder discutir as nuances e derivações que o Toyotismo assume consoante o lugar do Planeta é aplicado ou o porque da decisão da não aplicação do Toyotismo noutros lugares. Penso que esta reflexão também é necessária para percebermos o Toyotismo e decifrarmos a solução do problema que a meu ver tem afectado e afectará nos próximos anos o movimento sindical, que é o da falta de novas respostas para novas provocações do neoliberalismo.

Da revolução industrial aos dias de hoje

A 1ª revolução industrial tecnológica vem com a máquina a vapor, os caminhos-de-ferro e com o tear mecânico. A 2ª e responsável por um novo salto no desenvolvimento do capitalismo veio com a electricidade o petróleo e o aço. A terceira tem como base a energia nuclear a informática e a biotecnologia. Ora o traço comum são, a grosso modo, as fontes de energia, as vias de comunicação e os equipamentos. Mas a sequência e interligação vai muito além da adopção de novos padrões.

A revolução industrial surge em Manchester por volta da década de 80 do sec.XVIII. e surge na Inglaterra que, mesmo antes de se tornar no berço do capitalismo, já era uma das regiões mais ricas e desenvolvidas do planeta., ou seja a condição sócio económica de um País, como condição de referência no salto qualitativo da ideologia capitalista. A 2ª revolução vai ocorrer nos Estados Unidos da América, quando Ford resolveu pegar e aplicar as ideias de "organização científica" do trabalho (divisão do trabalho manual e intelectual - pesquisa e desenvolvimento, engenharia e organização racional do trabalho/execução desqualificada) de Taylor na produção automóvel.

Os EUA eram a potencia emergente da época, ponto de destino de mais de 33 milhões de emigrantes no fim do sec XIX inicio do século XX e que acabaria por ultrapassar a Inglaterra como potencia do ponto de vista económico. Os emigrantes foram o combustível que o Fordismo necessitava para produzir em massa e para as massas.

O Fordismo era no entanto um conceito limitado como o tempo o veio a provar. A primeira contradição do sistema Fordista é exactamente o conceito da produção de massas para um consumo de massas. (aliás a relação entre trabalhador e consumidor será abordada num ponto independente mais adiante). A ideia que uma linha de montagem automática facilitaria o aumento da produtividade, do lazer e consequentemente do consumo. O que não era previsto no sistema fordista eram as crises cíclicas que se abatem sobre o sistema capitalista. Varias foram as razões para o colapso do sistema fordiano, entre os quais o facto de quer a Europa e o Japão começarem a recuperar da guerra mundial e começarem, especialmente a Europa a criar excedentes de produção diminuindo de sobre maneira as importações vindas dos EUA e também devido ao aumento do poder de compra e consequente baixa do juro nos EUA, mas o ultimo e se calhar o mais importante foi o choque petrolífero da década de 70 do sec. Passado.

Na terceira revolução industrial dá-se a viragem da era industrial e também do capitalismo. Ao contrário do que aconteceu nas duas primeiras revoluções ou estádios do capitalismo a 3ª revolução dá se não num país desenvolvido ou emergente mas sim num país devastado e derrotado na segunda guerra mundial. O Japão, ao contrário do que tinha acontecido nos EUA que tinha visto o seu país "engordar" com remessas e mais remessas de emigrantes, é na altura um país que tinha perdido 1,2 milhões de pessoas consequência da guerra. È ao contrário da Inglaterra da 1º revolução, um país que mais uma vez devido á 2ª Guerra Mundial e aos 5 anos de ocupação americana, perdeu a quase totalidade do seu parque industrial.

É nesta diferença que se dá a grande viragem do capitalismo, em grande parte devido as necessidades específicas de um país destruído, sem matéria humana e sem matérias-primas em muitos casos. Estas condicionantes são importantes para entender-mos aquilo que posteriormente foi chamado de Toyotismo e as suas diversas dinâmicas locais á escala planetária.

Mas nem só de questões sociais se faz a diferença deste estágio para os outros. Também a nível geográfico o Japão estava nos antípodas de ser uma referência. Um país com cerca de 378.000m2 (pouco menos que a Alemanha ou a Finlândia) mas onde cerca de 80% do solo é montanhoso e praticamente imprestável nos mais diversos sentidos. Também culturalmente o Japão é um país diferente e isso faz alguma diferença no implementar de uma filosofia.

É nesta conjuntura que se começa a desenhar o Toyotismo. Perante uma indústria arrasada os japoneses reergueram-na em moldes mais actuais. Para contornar a escassez de matéria-prima cortaram o desperdício até quase zero criando eliminando o desperdício e criando o conceito de produção magra. Devido ao reduzido espaço físico reduziram ao máximo os stocks de produtos e matéria-prima criando o conceito de Just in Time (JIT). Devido a concorrência das grandes empresas Norte Americanas o Japão mobilizou o estado e o patriotismo do povo. Cortaram custos desnecessários ampliando o tempo Produtivo do equipamento, diminuindo o tempo de paragens não planeadas através de planos preventivos e o tempo produtivo do operador fazendo-o operar ao mesmo tempo diversas maquinas e ao mesmo tempo zelando pelo qualidade limpeza e manutenção do produto e maquina criando assim o conceito de flexibilidade e polivalência. Mas o Toyotismo não é só isso. É todo um conjunto de conceitos e prática que no seu conjunto são a essência do sistema.

Mas se o sistema capitalista mudou e evoluiu, criando anticorpos aos movimentos de trabalhadores "refinando" chantagens e movimentos de bloqueio, o que fez o mundo sindical.
Aluno: Bruno turma:81

Quais as diferenças entre o fordismo, taylorismo e toyotismo?

Melhor resposta - Escolhida pelo autor da pergunta
O fordismo, método de racionalização da produção em massa, teve início na indústria automobilística Ford, nos Estados Unidos, onde esteiras rolantes levavam o chassi do carro e as demais peças a percorrerem a fábrica enquanto os operários, distribuídos lateralmente, iam montando os veículos. Esse método integrou-se às teorias do engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor, que ficaram conhecidas como taylorismo. Ele buscava o aumento da produtividade através do controle dos movimentos das máquinas e dos homens no processo de produção. O empregado, seguindo o que foi determinado pelos seus superiores, deveria executar uma tarefa no menor tempo possível.

Nesse contexto, surge um modo original e novo de gerenciamento do processo de trabalho: o toyotismo. Nele os trabalhadores tornam-se especialistas multifuncionais. Ele elevou a produtividade das companhias automobilísticas japonesas e passou a ser considerado um modelo adaptado ao sistema produtivo flexível. Dentre as suas características temos: a existência de um relacionamento cooperativo entre os gerentes e os trabalhadores, ou seja, uma hierarquia administrativa horizontal; controle rígido de qualidade; e "desintegração vertical da produção em uma rede de empresas, processo que substitui a integração vertical de departamentos dentro da mesma estrutura empresarial" (Castells, 1999a: 179). Não há mais uma rígida separação entre a direção (que pensa) e o operário (que executa).
Fonte(s):
http://www.habitus.ifcs.ufrj.br/3fraga.h…

toyotismo fordismo taylorismo

Aluno: Laudicir turma: 81


PRODUÇÃO EM MASSA OU ENXUTA?



Pré-Produção em Massa



Nos Tempos Modernos, as pessoas saíam do lar para serem condicionadas ao trabalho das

Leia também: Empresas de vários setores, como Danone, Avon e Alcoa, adotam o modelo de gestão da montadora japonesa Toyota e ganham eficiência operacional.

fábricas. O tempo de trabalho, ao invés do sol como no período medieval, era mensurado pelo relógio em horas. Esse período era marcado pela transição entre o trabalho artesanal e o industrial. Os produtos eram feitos manualmente com auxílio da máquina.

O processo de industrialização foi mais evidente na Inglaterra com a Revolução Industrial. A primeira fase dessa revolução foi marcada pelo aparecimento da máquina a vapor e pela criação das cooperativas como recusa dos trabalhadores em se tornar proletários, pois os donos de fábricas buscavam aumentar seus lucros reduzindo as despesas, fosse por via de implementação tecnológica ou exploração dos operários, com longas jornadas de trabalho em locais periculosos, insalubres, com remuneração irrisória. Émile Zola, em Germinal (1881), retrata bem essa época, descrevendo a sujeira, a magreza das pessoas e os problemas financeiros.

Em nome da necessidade de aumentar a produtividade, foi introduzida a máquina a vapor para dentro das fábricas, substituindo muitas vezes a mão de obra operária. Insatisfeitos com as condições de trabalhos e com a baixa qualidade de vida, os operários promoviam greves na esperança de que "o exército negro, vingador, que germinava lentamente nos sulcos da terra" (Zola, 1881) brotasse a justiça no solo ingrato.

PRODUÇÃO EM MASSA: O MODELO FORDISTA-TAYLORISTA


F.W. Taylor

Na Segunda Revolução Industrial houve a introdução de outras tecnologias para otimizar a produção de energia sem ser a vapor - a eletricidade e o petróleo. As novas fontes de energia possibilitaram o desenvolvimento de máquinas e ferramentas que fomentaram ainda mais a produtividade. Com essas inovações tecnológicas, algumas indústrias subverteram o modo de produção tradicional agregada ao pensamento do engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor.

Quando Taylor iniciou seu estudo referente às ciências da administração, no começo do século XX, tinha como objetivo acabar com o desperdício, a ociosidade e morosidade operária. Em 1903 desenvolveu a técnica de racionalização do movimento, ou seja, analisou e controlou a ação do operário e da máquina em funções específicas, para serem aperfeiçoadas. Taylor acreditava que o aperfeiçoamento se conquista com a especialização. Pensando assim, ele propõe a divisão do trabalho em tarefas específicas, com execução repetitiva e contínua, no ritmo da máquina - motivo que o levou a receber críticas de robotizar o operário, limitar drasticamente sua expressão, impedi-lo de criar e participar do processo de produção. Contudo, os industriais não dispunham de mão-de-obra qualificada. Os trabalhadores eram imigrantes analfabetos de países distintos e não falavam o mesmo idioma.

Para que as idéias fossem aceitas na classe operária, os industriais começaram a premiar os funcionários que aumentassem o número de peças produzidas para além da média. Taylor se encontrava com os responsáveis e chefes das indústrias para tentar convencê-los a deixar a produção tradicional e adotar a administração científica. Logo suas idéias foram aceitas pelas indústrias americanas e de todo o mundo.



Henry Ford

Henry Ford, na primeira metade do século XX, em Detroit, coloca em prática as teorias de Taylor, lançando a produção em série, depois seguida por Alfred Sloan da General Motors. Ao contrário da produção artesanal, nessa concepção o cliente não tem escolha. Os fabricantes elaboram produtos para suprirem o gosto do maior número de pessoas possíveis. O produto é "empurrado" para a população.

Seu produto mais conhecido foi o Ford Modelo T, produzido com custo reduzido para a sociedade de massa, totalmente aos moldes fordistas-tayloristas. O inconveniente é que todos os carros eram exatamente iguais, até da mesma cor, o que levou Ford a lançar uma série de propagandas dizendo que qualquer americano poderia ter o seu Ford Modelo T, da cor que quisesse, contanto que fosse preto.

PRODUÇÃO ENXUTA: O MODELO TOYOTISTA

Na produção em série da Ford ainda vai houve muitos desperdícios de matéria prima e tempo de mão-de-obra na correção de defeitos do produto. Essa estrutura durou até o final da Segunda Guerra Mundial, quando também numa fábrica de automóveis no Japão, aparece um outro sistema de produção - o toyotismo, que se caracterizou pela concepção "enxuta" (clean, magra, sem gorduras). Esse novo modo de pensar a produção sofreu forte influência do engenheiro americano W. Edwards Deming, que atuou como consultor das forças de ocupação dos EUA no Japão após a Segunda Guerra. Deming argumentava com os industriais da nação quase em ruínas que melhorar a qualidade não diminuiria a produtividade.

A proposta é de que o próprio consumidor escolha seu produto. O estabelecimento ou a fábrica deixa de "empurrar" a mercadoria para o cliente, para que este a "puxe" de acordo com as suas próprias necessidades.

Ao contrário do sistema de massa, essa outra concepção de produção delega aos trabalhadores a ação de escolher qual a melhor maneira de exercerem seus trabalhos, assim eles têm a chance de inovar no processo de produção. Com isso, o trabalhador deve ser capacitado, para qualificar suas habilidades e competências, que antes não eram necessárias. Dessa forma, os industriais investem na melhoria dos funcionários, dentro e fora das indústrias.

A Toyota, ao adotar a concepção "enxuta" e rompendo com a produção em série, possibilitou oferecer um produto personalizado ao consumidor. As ferramentas utilizadas eram de acordo com cada proposta demandada pelo cliente. Inclusive, passou a produzir automóveis com larga escala de cores, sem gerar custos adicionais.

Os operários japoneses utilizam uma cartela (kaban, sinal) para indicar ao colega antecedente qual a peça deveria ser produzida e entregue. Dessa forma, conseguem eliminar o estoque e o desperdício, produzindo somente o que for necessário, JIT - "just in time".


Cidade da Toyota, Japão


A fábrica centralizada da Ford, que ocupava um enorme espaço, deixa de existir. As fábricas da Toyota, sem necessitar de grande área para estoque, são descentralizadas em menores proporções, interligadas por sistemas de informação, com sofisticadas tecnologias de informação e comunicação.

Dois conceitos inovadores que surgiram na Toyota merecem destaque: equipe de trabalho (team work) e qualidade total. Em uma fábrica "enxuta" todo o trabalho é feito por equipes. Quando um problema aparece, toda a equipe é responsável. Quando ocorre um defeito na montagem de uma peça, a equipe de montagem se organiza na busca de maneiras de resolver o problema. Há uma cobrança entre os pares para que cada membro atue de uma maneira que não prejudique os companheiros. Algumas fábricas delegam à equipe a função de demitir ou aceitar novos funcionários.

Junto com a qualidade total também foram inseridas novas máquinas para o interior das indústrias, com maior precisão e produtividade. A substituição da mão-operária pelas máquinas fez com que aumentasse o desemprego em escala mundial, inclusive nos países desenvolvidos economicamente. Contudo, a concepção "enxuta" passou a exigir maior autonomia tanto do trabalhador para expor as suas habilidades, quanto do consumidor para dar vez à sua vontade. É nesse modelo que o sujeito tem a chance de escolher, tomar decisões, propor soluções e gerar novas idéias.

Se a equipe de trabalho gerou a qualidade total na concepção "enxuta", podemos então propor um processo de design que seja construído de acordo com as qualidades do cliente, que contemple suas necessidades, seu gosto e o requinte do designer.

Para o profissional do design apenas uma pergunta: no seu processo de criação, você está visando clientes da sociedade enxuta ou ainda está amarrado à produção de massa?
Fonte: www.geomundo.com.br