segunda-feira, 13 de setembro de 2010

TAYLORISMO

Taylorismo é uma expressão criada para designar uma conjunto de ideias e princípios de gestão criados no final do séc. XIX e início do séc. XX pelo engenheiro norte-americano Frederick Taylor. O taylorismo, que também ficou conhecido como Teoria da Gestão Científica ou Organização Científica do Trabalho, tinha como grande objectivo aumentar a produtividade através de um sistema de tarifas diferenciadas e através da aplicação de métodos científicos, colocando a ênfase no uso da ciência e na criação da harmonia de grupo. A aplicação da ciência à gestão teve como instrumento básico o estudo exaustivo dos tempos e movimentos que permitiu a racionalização dos métodos de trabalho e a fixação dos tempos-padrão para a execução das tarefas.

Foram ainda definidos, quer por Taylor quer pelos seus seguidores, diversos princípios de gestão que, segundo os seus autores, deveriam ser seguidos pelos gestores como forma de aumentar a produtividade e, consequentemente, a eficiência, dos quais se destacam:

- Cada tarefa deve ser decomposta em operações elementares, as quais devem ser posteriormente redefinidas, alteradas ou suprimidas para que o trabalho seja executado no menor tempo possível - é este o princípio básico da Organização Científica do Trabalho.
- Para cada tipo de tarefas, cada operário deve ser correctamente seleccionado e treinado por forma a que o seu trabalho seja executado à “melhor cadência possível”.
- O salário deve ser calculado com base num sistema de tarifas diferenciadas e conforme o desempenho obtido; deve crescer até à “cadência óptima”, decrescendo a partir daí por forma a evitar a ocorrência de quebras na qualidade.
- Os supervisores e seus subordinados devem actuar na mais perfeita coordenação para o benefício de todos.
- Cada operário e cada gestor da organização deve ser colocado na tarefa na qual obtém melhores resultados.
Principal limitação: O facto de se basear no pressuposto de que as pessoas são motivadas apenas pela satisfação de necessidades básicas (necessidades económicas e físicas), quando na verdade existem muitas outras necessidades como a satisfação no trabalho e o bem estar social e pessoal, é apontada como a principal deficiência do “Taylorismo” e a principal razão para a sua actual desacreditação. Uma das consequências mais visíveis desta limitação foi o surgimento de violentos movimentos grevistas e revoltas do operariado em especial nos Estados Unidos. Contudo, e apesar desta limitação, é de assinalar o seu importante contributo para o espantoso desenvolvimento empresarial no início do Séc. XX, principalmente através da implementação de métodos de produção em série e consequente aumento da produtividade; ainda hoje a divisão “atomística” das tarefas é aplicada em muitos processos produtivos, embora cada vez mais limitadas a processos automatizados e executados por sofisticados equipamentos.

Seguidores: Alguns dos seguidores mais importantes de Taylor e que deram continuidade ao desenvolvimento da teoria da gestão científica foram Henry L. Gantt, Harrington Emerson, Frank B. Gilberth e Lillian M. Gilbreth e ainda o famoso industrial da indústria automóvel, Henry Ford.

- Henry L. Gantt, engenheiro mecânico tal como Taylor, colocou a ênfase no planeamento do trabalho e controlo do trabalho. Ficou conhecido pela criação do famoso gráfico de Gantt, que mostra as relações entre as diversas fases de um programa de produção e deu origem ao PERT (Program Evaluation and Review Technique) uma técnica mais sofisticada ainda hoje utilizada no planeamento e controlo de projectos e de programas produtivos que incluam múltiplas fases e actividades inter-relacionados e interdependentes.
- Harrington Emerson, também engenheiro, foi um dos auxiliares de Taylor e responsável pela popularização da Teoria da Administração Científica. Os seus principais trabalhos foram a simplificação dos métodos de estudo desenvolvidos por Taylor e o desenvolvimento dos primeiros trabalhos sobre selecção e recrutamento de trabalhadores.
- Frank B. Gilberth e Lillian M. Gilbreth, efectuaram diversos estudos estatísticos sobre os efeitos da fadiga na produtividade dos operários, através dos quais concluíram que a fadiga predispõe os operários para a diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho. Para evitar perdas de produtividade foram enunciados diversos princípios de economia de movimentos relativos ao uso do corpo humano, relativos à arrumação dos materiais no local de trabalho e relativos ao desempenho das ferramentas e do equipamento. Outra conclusão dos Gilbreth foi a de que todo o trabalho manual pode ser reduzido a movimentos elementares (ou unidade fundamental de trabalho). Conhecendo esses movimentos elementares podia-se decompor e analisar qualquer tarefa e escolher a forma mais eficiente de a realizar.
- Henry Ford, ficou conhecido pela idealização da linha de montagem e aplicação do método de produção em série nas suas fábricas de automóveis Ford. O sucesso obtido ao nível da produtividade e da eficiência com a aplicação destes métodos foi de tal forma expressivo que a Ford Motors Co. se tornou, em poucos anos, num dos gigantes da indústria norte-americana, tornando-se, por isso, num dos exemplos mais sugestivos da aplicação prática da Teoria da Gestão Científica.

POSTADO POR:TAINARA SILVEIRA

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