quinta-feira, 4 de novembro de 2010

FMI

O que é FMI ?

Em 1944, a Segunda Guerra Mundial ainda não havia acabado. Mas já estava claro que o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) havia perdido para os Aliados (Estados Unidos, União Soviética, França e Inglaterra).

Portanto, embora o conflito militar continuasse, os governos já discutiam o pós-guerra. E um dos principais problemas era como organizar a economia, uma vez que todos sabiam que tanto a Primeira quanto a Segunda Guerra mundiais foram uma conseqüência - para alguns direta, para outros indireta - da disputa entre os grandes países capitalistas.

Com o objetivo de discutir o funcionamento da economia no pós-guerra, 44 países enviaram ao todo 700 representantes para uma grande reunião, iniciada em 1º de julho de 1944, na localidade de Bretton Woods, situada nas montanhas de New Hampshire, Estados Unidos.

Na abertura da Conferência, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Morgenthau, falou da "criação de uma economia mundial dinâmica, na qual os povos de cada nação terão a possibilidade de realizar suas potencialidades em paz e de gozar mais dos frutos do progresso material, numa Terra benzida por riquezas naturais infinitas".

Por trás dessas belas palavras, estava o interesse dos Estados Unidos em garantir o "livre comércio", sem barreiras para seus produtos, num momento em que era o único país do Norte a dispor de excedentes de mercadorias. Os Estados Unidos queriam, também, facilitar seus investimentos no estrangeiro e acesso livre às fontes de matérias-primas.

Os principais participantes da Conferência de Bretton Woods foram os Estados Unidos e a Inglaterra (cuja delegação foi chefiada pelo célebre economista Keynes). A delegação brasileira era presidida pelo ministro da Fazenda A. de Souza Costa, e composta por Francisco Alves dos Santos Filho, diretor de câmbio do Banco do Brasil, Valentim Bouças, do Conselho de Economia e Finanças, e Victor A. Bastian, diretor do Banco da Província do Rio Grande do Sul, além de três personagens que moldariam a economia brasileira, na época da ditadura militar: Eugênio Gudin, Octávio Gouvêa de Bulhões e Roberto Campos.

O Acordo de Bretton Woods, assinado no dia 22 de julho de 1944, tratava de três assuntos: sistema monetário internacional, regras comerciais e planos de reconstrução para as economias destruídas pela guerra.

Hoje, não existe mais o mundo desenhado naquele Acordo. Mas continuam existindo duas instituições criadas pela Conferência de Bretton Woods: o Fundo Monetário Internacional (FMI), que começou a funcionar em 1º de março de 1947, e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD, mais conhecido como Banco Mundial), que instalou-se em 27 de dezembro de 1945.

Supostamente, o BIRD foi criado para financiar projetos de recuperação e construção da infra-estrutura necessária ao desenvolvimento econômico. Já o FMI teria a função básica de fornecer recursos financeiros, tal como um banqueiro de última instância, para aqueles países que apresentassem déficits nas contas externas, decorrentes de conjunturas internacionais adversas.

Na prática, tanto o FMI como o Banco Mundial ganharam importância com a crise da dívida externa, nos anos 80, quando emprestaram ou autorizaram empréstimos apenas para os países que se dispuseram a adotar programas de ajuste de corte neoliberal.

Tanto o FMI quanto o Banco Mundial são dirigidos por um "Comitê de Governadores". Cada país é representado por um governador. Teoricamente, os governadores elegem o presidente do Banco Mundial, porém, na prática, o presidente do Bird é sempre um cidadão dos Estados Unidos, escolhido pelo governo norte-americano. Já o diretor-presidente do FMI é tradicionalmente um europeu. No dia-a-dia, o Banco Mundial e o FMI são conduzidos pelos diretores-executivos.

O dinheiro do FMI vem dos 182 países-membros, entre os quais o Brasil. Evidentemente, manda no Fundo quem tem mais dinheiro investido: no caso, os Estados Unidos e os outros grandes capitalistas. O Brasil e os demais países hiperpopulosos pesam muito pouco: no FMI, prevalece a democracia do dólar.

FMI: distribuição de votos por países membros


EUA: 17,8%
Alemanha: 5,4%
Japão: 4,2%
Inglaterra: 6,2%
França: 4,5 %
Outros países desenvolvidos: 17 %
Rússia e outros países ex-socialistas: 7,1%
Países em desenvolvimento (exceto o Brasil): 36,32%
Brasil: 1,48%

Priscieli Lais Berta

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